[REPORTAGEM]: Misfits | Cine-Teatro Corroios | 12 de Fevereiro de 2012



Chegando à porta do Cine-Teatro de Corroios, a fila já se formava, e outros, ainda aproveitavam para conviver na esplanada de um café. A sala iria encher para receber os Misfits, a lendária banda de Nova Jérsei, fundadora do horror punk.

A abrir uma noite que, se esperava em grande, estiveram os Beretta Suicide, confirmados à última da hora e em substituição dos portugueses, Punk Sinatra. Certo é que, apesar do esforço, o público não se mostrou muito receptivo. Até porque, a sala ainda se mantinha a meio gás.

Maior receptividade tiveram os JuiceheaD. Este trio de Chicago, liderado por Rob Vannice, trouxe até Corroios um reviver do punk rock old school. Bastante expressivo, Rob não foi o centro das atenções. Isto porque, ao contrário do que é comum, o baterista, Mike Garelli, se encontrava mesmo na frente do palco, bem chegado a nós. Da plateia, alguém tentou oferecer uma cerveja , e depois de tanto insistir e de gritar “hey, estás em Portugal”, Mike não resistiu e aceitou o copo. Foram trinta minutos, que prometem, quem sabe, tornar-se em algo mais, caso um dia, sejam convidados para mais uma visita ao nosso país. O público esse, pareceu ter gostado.

Mas porque, o cenário já estava montado: a caveira, símbolo da banda, apresentava-se na bateria; os tripés dos microfones, estavam cobertos por esqueletos; e o som? Parecia trazer uma tempestade. Passava meia hora das dez da noite, quando os Misfits pisaram o palco, começando com “The Devil's Rain”.
No entanto, o som, terrível, não nos deixou desfrutar do espectáculo, como este o merecia. Não é todos os dias que temos perante nós uma banda, com mais de trinta anos de carreira, que, merecia ser recebida com pompa e circunstância.

Da sua formação original, que remota a 1977, neste momento só se encontra na formação dos Misfits (que já tive imensos integrantes), Jerry Only, o agora vocalista e baixista. Verdade seja dita, a idade já pesa, mas mesmo com esse peso aos ombros, os Misfits estiveram em alta, não fosse então, o grave problema de acústica.
Em alta e em grande velocidade. Não demos pela hora e meia passar, tal não foi o ritmo acelarado que Jerry Only, Robo e Dez Cadena deram ao concerto.

Jerry, que ia gritando uns “1, 2, 3”, no início de cada tema, “embalava” os já famosos mosh e cround surfing, que, a plateia tanto anseia em participar. Na sua maioria, uma plateia bastante jovem - muitos deles nem sequer eram nascidos aquando da formação da banda. Mas, é sempre interessante que, bandas com tantos anos de carreira, consigam puxar até aos seus concertos uma nova geração, que, bem ou mal, mantém vivo o punk por todo o mundo.
E se uma nova geração não se baseia só em adolescentes, e porque as crianças têm sempre piada e tornam a coisa mais engraçada, o mais novo fã, com sensivelmente 10 anos, foi chamado a partilhar o microfone com Jerry, no tema “ Skulls”.
“Scream!”, “Halloween”, “Descending Angel” e “Die, Die My Darling” foram alguns dos temas ouvidos e que mais puxaram pelo público português.
E por termos sido tão bons anfitriões, Jerry, prometeu um pequeno convívio com todos, na ameaça de que, caso não parassem de fumar, este dava meia volta e saia da sala. – “Não fumem, porque se o fizerem, eu vou-me embora”.

Fica aqui o aviso: num próximo concerto de Misfits, não fumem, pois o próprio confessou que, poderia estar a tocar a noite toda, não fosse a fumarada existente no recinto (que não é arejado o suficiente para podermos respirar como deve de ser).







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Fotografia: José Reboca
Texto: Cátia Santos
Agradecimentos: Xuxa Jurássica
Banda: Misfits
Local: Cine-Teatro de Corroios, Corroios
Data: 12 de Fevereiro de 2012

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