[REPORTAGEM]: Diego El Cigala | CoolJazzFest | 10 Julho 2011



Se a Tribo da Luz vinha de uma onda mais festivaleira, onde na verdade existe muita música (ou melhor, muita música em alto e bom som), muita luz, brincadeira e gente jovem, ao pisarmos o Parque Marechal Carmona o ambiente foi totalmente diferente.
Maioritariamente adulto, o público ia entrando elegantemente neste bonito parque de Cascais (que aconselhamos a visitar tanto para espectáculos do CoolJazzFest como para um domingo de lazer em família) e acomodando-se nas suas cadeiras (muitas delas designadas de VIP).

O parque encontrava-se bem composto para ver esse que é um dos grandes nomes do flamenco, Diego El Cigala.
Mas primeiramente tivemos a possibilidade de assistir a uma actuação dos Ciganos d'Ouro, aqueles que são considerados como o maior grupo musical cigano existente em Portugal.
Iniciados em 1994, José Pato e Sérgio Silva começaram por tocar no seio da comunidade cigana, mais tarde, em 1996 com o lançamento do álbum La Casa, juntaram-se ao grupo os guitarristas Pedro Jóia e Francisco Montoya levando os Ciganos d'Ouro além fronteiras.
O seu sucesso viu-se neste dia de CoolJazzFest, que, mesmo contando com uma plateia que na sua maioria se deslocou até ao Parque Marechal Carmona para ver El Cigala, muitas ovações fizeram ao grupo português que contam já com sete álbuns editados.
Ya Rayah com um ritmo bastante dançantem seguiu-se do tema Ai Maria, do álbum Fado Flamenco, que mostra mais uma vez o grande valor deste grupo. Esta junção do fado com a música cigana conjugou na perfeição - recebendo mais uma vez um enorme aplauso de todo o público.
Seguia-se um tema de Ney Matogrosso, Bandolero que mais nos pareceu um misto de Ciganos d'Ouro com Zeca Afonso. Se funcionou? Na perfeição, como habitual.
Porque a noite parecia uma amostra deste último trabalho dedicado ao fado, passámos mais uma vez por um bem conhecido Oiça lá, ó Senhor Vinho não esquecendo um tema mais antigo dedicado a Che Guevara, Hasta Siempre Comandante.

Porque o dia era dedicado à península ibérica, ao saírem os portugueses Ciganos d'Ouro, entraram em palco os músicos que acompanham o madrileno Ramón Jiménez Salazar, mais conhecido por Diego El Cigala.
Depois de uma pequena apresentação instrumental dos seus músicos, Diego que conta com uma carreira de 14 anos e uma discografia com 9 trabalhos editados, pisou o palco cantando Garganta Com Arena.
"Estou muito contente por estar em Cascais. E que bem que se come aqui", gerou desde logo uma pequena risada vinda da plateia.
El Dia Que Me Quieras e Soledad fizeram-se acompanhar pelo batuque das mãos do cantor, que por vezes soavam descontextualizadas do resto do ritmo musical. No entanto, esses mesmos batuques faziam-se ouvir com mais intensidade no final de cada tema, dando logo de seguida lugar à batida de outras mãos, as do público, que aplaudiram com grande entusiasmo durante toda a noite.
No final de cada música, e porque aquela voz não vem do céu mas sim de um enorme esforço das suas cordas vocais, Diego parava para beber, não sabemos bem o quê, levantando o copo e dizendo "à saúde de toda a gente".
Da plateia alguém familiarizado com o flamenco, lançou uns cantares que despertaram a atenção de Diego que sorriu e apontava para o público na esperança de encontrar o talento que por ali andava escondido.
Depois de Lágrimas Negras, El Cigala e a sua banda despediram-se do palco. Mesmo com muitos dos presentes a abandonar o Parque Marechal Carmona, outros tantos pediam por mais, e assim lhe fizeram a vontade. Regressaram para mais um tema, La Bien Pagá que embalou mais uma despedida muito aplaudida por todos.




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Fotos: José Reboca
Texto: Cátia Santos
Agradecimentos: Assessoria de Imprensa e Música no Coração
Festival: Cascais CoolJazzFest
Local: Parque Marechal Carmona
Data: 10 Julho de 2011

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