Black Rebel Motorcycle Club | Aula Magna | 08 Novembro 2010
Antes do concerto de segunda-feira dia 8 de Novembro, os Black Rebel Motorcycle Club (B.R.M.C) tinham estado apenas em festivais, como o Sudoeste e Paredes de Coura. É quase impensável que não tenham tido até então, um concerto em nome próprio.Mas seis álbuns e seis anos depois da última passagem por Portugal, aí estavam eles para um concerto em nome próprio numa das melhores salas de Lisboa, a Aula Magna.
Um espectáculo mais para fãs dos que para curiosos e por isso uma vitória quase garantida. E dizemos quase, porque ao longo dos seis álbuns e cerca de dez anos de carreira, os BRMC foram perdendo o 'hype' do primeiro álbum homónimo, em que aparecerem como uma das bandas salvadoras do rock n’ roll. Mas os BRMC sabiam disso e durante as mais de duas horas de concerto deram tudo o que tinham para dar. Percorreram os álbuns quase todos, saltando entre o 'shoegaze' que tanto os caracteriza, o rock mais instrumental, a distorção e até entre o blues folk com cheirinho a country.
Aliás, este foi um dos momentos altos da noite, quando o baixista Robert Levon Been cantou “Dirty Old Town” dos Pogues sem os seus parceiros da guitarra e da bateria e, por breves momentos, sem microfone, mesmo à boca do palco. Um cenário mais alegre que contrastou com o ambiente sombrio que caracterizou todo o espectáculo, intercalado por luzes ora escuras e densas ora fortes e intermitentes que quase não deixavam ver a banda.
Coincidência ou não, foram os temas do primeiro álbum como 'Love Spreads', 'Red Eyes And Tears' ou 'Whatever Happend to My Rock n' Roll" os mais celebrados, mas desde cedo que a relação do público com as cadeiras foi complicada. Com a sala quase lotada, quem chegou mais tarde já só tinha disponíveis as cadeiras do fundo e preferiram ficar em pé, junto às escadas ou nas escadas. O efeito arrastou-se e pode dizer-se que, após a primeira hora de concerto - a menos aplaudida - eram poucos os que se mantinham sentados nos seus lugares.
Convém notar que este foi um concerto a duas velocidades. A primeira hora antevia um concerto mais fraco, com pouca interacção da parte da banda e com temas menos quentes, mas na segunda hora a banda foi mais acolhedora e escolheu temas mais agressivos, mais dentro do tal 'hype' do primeiro álbum e que o público tanto queria ouvir. "Open Invitation", a faixa escondida do álbum Howl foi uma surpresa e um choque de realidade. O guitarrita e vocalista Peter Hayes canta "and we may never be here again". Esperemos que isso não aconteça.
Fotos: Hugo Amaral
Texto: Ana Baptista
Agradecimentos: Everything is New
Banda: Black Rebel Motorcycle Club
Local: Aula Magna, Lisboa
Data: 8 de Novembro 2010
Site Oficial da banda: www.blackrebelmotorcycleclub.com
5 comentários:
O vocalista cantou que talvez eles não voltem a estar "na Aula Magna" e a Tribo da Luz também espera que não??? Tenho a certeza que não é esse o sentido do remate na crónica, mas fica a dúvida...
No geral, foi um belo concerto e os resistentes a levantar o rabo das cadeiras duraram bem mais do que uma hora. Antes do último "encore", era meia sala de pé e outra meia sentada, perspectiva bem definida nos "doutorais".
Sugestão para ilustração dos vossos textos, para uma melhor eficácia em termos de internet (aprendi num curso que acabei de tirar no Cenjor, não sou eu que o digo porque sim), coloquem as fotos (óptimas, já agora) numa fotogaleria para que não seja necessário fazer tanto "scroll".
Continuação de bom trabalho e até breve,
Francisco Marques
Caro Francisco.
Desde já agradecemos o teu comentário.
Na realidade quem fez a review não escreveu essa frase com intenção de concordar com o que o cantor disse, mas sim, discordar. No entanto, confesso que possa parecer o contrário. Já foi rectificada a frase.
Quanto ao conselho das imagens, é realmente do nosso interesse acabar com o sroll, e estamos a tratar de uma solução eficaz para colocar as imagens.
Obrigada pela tua visita ao site da Tribo da Luz.
Cumprimentos
Cátia Santos
Parabéns pelo blog.
Qual é o problema do scroll? Eu acho que é muito mais practico do que uma fotogaleria onde se tem de perder muito mais tempo a passar todas as fotografias para as ver ampliadas. Eu por exemplo nao tenho muito interesse nos BRMC, mas achei curioso ver. Assim posso ver tudo num instante.
Em termos de visualização acho muito mais pratico o scroll do que uma fotogaleria.
Boas
Porque não falaram dos "Murdering Tripping Blues" que tocaram na primeira parte? Fiquei surpreendido com o concerto visto serem Portugueses e eu só me aperceber disso quando o vocalista falou. Deram um grande concerto e deveriam também ter falado deles.
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