[REPORTAGEM]: Marés Vivas (1º Dia) | Cabedelo | 18 Julho 2012



Aos suecos The Sounds, coube a tarefa de abrir a edição de 2012 do Festival Marés Vivas TMN.
Exatamente há hora marcada, o colectivo liderado por Maja Ivarsson, subiu ao palco para ser recebido por uma plateia ainda algo dispersa e entretida com os muitos jogos e brindes disponíveis pelo recinto.


Facilmente comparáveis a bandas como Blondie e outras da época da chamada New Wave, os The Sounds regem-se, no entanto, por uma sonoridade mais próxima da dos anos 90.
Maja Ivarsson na plenitude dos seus 32 anos demonstra uma energia incrível e desde cedo se percebeu que este seria um concerto de rock e nada mais. Ainda que com alguns problemas de som no início, a banda não deixou de puxar pelo público que lá foi correspondendo aos apelos, embora se percebesse que pouca gente os conhecia. Destaque para os apontamentos de teclado de Jesper Anderberg, muito psicadélicos no meio do Indie Rock praticado pela banda sueca.
“You guys are on fire tonight”, dizia Maja Ivarsson, antes de iniciar “Something To Die For”, em dueto com o guitarrista Félix Rodríguez. Depois disto, e no entusiasmo do concerto, Ivarsson caiu em palco, recompondo-se logo de seguida e nunca parando de cantar. De cigarro na mão e junto dos presentes na fila da frente, a vocalista fez as delícias do público com a sua atitude rockeira.
Um alinhamento sólido e com bons trunfos guardados para o fim (“Living In America” e “Hope You’re Happy Now”, por ventura as mais conhecidas do público) fez com que esta segunda passagem dos The Sounds por Portugal (a primeira foi no Festival Optimus Alive em 2007) fosse merecedora de medalha de ouro, não defraudando as expectativas.



Se os The Sounds sofreram de início com a qualidade do som, os Wolfmother foram obrigados a iniciar o concerto a meio gás. Muitos problemas de feedback entre outros, fizeram com que Andrew Stockdale e companhia apenas conseguissem mostrar todo o seu poder ao fim de quatro músicas. Ainda assim, o timing foi perfeito pois Stockdale dedicou a canção às “portuguese ladies in bikini”, mostrando logo que só podia estar a referir-se a “Woman”, uma das suas composições mais conhecidas. Um instrumental muito longo seguiu-se, assim como os pedidos de palmas e mãos no ar.
“They told me portuguese crowds are the best in the world”, desafiou o vocalista. Empunhando uma guitarra dupla, a cover the Pink Floyd (“Another Brick In the Wall”) foi muito aplaudida e por esta altura já o público português se tinha rendido à excentricidade dos Wolfmother.
Muitas palmas e muita gente a saltar, deixaram a banda visivelmente contente. A antiga “Dimension”, já perto do fim, foi uma explosão de Rock'n'Roll e se restavam quaisquer dúvidas, vemos agora o quanto os Wolfmother são influenciados por Led Zeppelin, AC/DC, The Who e outros tantos das décadas de 60 e 70.
Atrás de nós o concerto terminava com um grito: “És um granda maluco!”.



“Well do ya, do ya, do ya wanna”. Estas palavras causaram rebuliço e correria pelo recinto do Marés Vivas TMN e marcavam o início do concerto de Franz Ferdinand.
A festa estava instalada desde o primeiro instante e durante uma hora e muito, a banda não desiludiu.
Mesmo que não sejam propriamente novidade em Portugal, nem no norte do país, é agradável observar como Alex Kapranos e restantes colegas cativam tanta gente e conseguem pôr-nos, pelo menos, a bater o pé.
Ontem no Marés Vivas TMN, Kapranos apresentou-se com um imponente bigode e os seus companheiros iguais a si mesmos, vestidos todos a condizer, todos de negro.
“Walk Away” foi primeira prova de que o público português está bem afinado. Um coro certeiro acompanhou a canção do antigo “You Could Have It So Much Better”.
Músicas bastante conhecidas do público compuseram um alinhamento de luxo e fizeram as delícias dos mais entusiastas, nas primeiras filas, que não pararam de saltar do início ao fim. E assim é o concerto de Franz Ferdinand, muito enérgico e muito contagiante.
“The Dark of the Matinée” é exemplo disso mesmo. A plateia era por esta altura uma massa de gente a empunhar brindes luminosos de patrocinadores do festival e decidida a aproveitar ao máximo o regresso do Franz Ferdinand a festivais nacionais.
“Can’t Stop Feeling” recebeu pelo meio uma pequena cover de “I Feel Love”, the Donna Summer, num falsete perfeito do vocalista escocês.
No entanto a euforia ainda não se tinha instalado, e só no fim com “This Fire” é que a banda conseguiu levar o público ao delírio com o excelente jogo de luzes e um momento de percussão à volta da bateria de Paul Thomson. A canção que termina (quase) sempre os concertos dos Franz Ferdinand continua viva, de excelente saúde e é sempre um prazer cantá-la em conjunto.

Terminou assim o primeiro dia do Marés Vivas TMN, que promete muito mais música ao longo dos próximos três dias.

REPORTAGEM MARÉS VIVAS 2012:
1º Dia (18 Julho 2012)
2º Dia (19 Julho 2012)
3º Dia (20 Julho 2012)
4º Dia (21 Julho 2012)

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Texto: Inês Mendes
Fotos: Helena Costa
Agradecimentos: PEV Entertainment
Local: Cabedelo, Vila Nova de Gaia
Data: 18 Julho 2012 (1º dia do festival)

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