[REPORTAGEM]: Manu Chao | Hipódromo Manuel Possolo | 22 de Julho de 2012



Estava muita gente para ver Manu Chao no Hipódromo Manuel Possolo, e isso podia confirmar-se pela média de 40 minutos de espera na fila para pedir cerveja. A afluência de pessoas era bastante eclética; dos mais velhos aos mais novos, das betinhas ao melhor estilo clean “make love, not war” de vestido diáfano de veraneio, aos puros Hippies de Rastas, passando pelos homens de camisa aos quadradinhos que, para mostrar o seu lado mais cool, atavam o pullover à cintura em ato de rebeldia.

O concerto começou quase à hora marcada, pelas dez e um quarto, e Manu Chao manteve a sonoridade que instituiu com os Radio Bemba Sound System, perpetuando o estilo criado no álbum «Clandestino». O formato de concerto onde todas as músicas são travestidas entre si, fazem com que as letras das músicas se entrecruzem e sejam acompanhadas por qualquer ritmo salsa, reggae, ska e rock, que encaixe na memória dos ouvintes, como sendo som do Manu, confundindo aqueles mais fiéis às versões em CD, que tinham de se confrontar com reinterpretações mulatas das suas canções. Assim, como exemplo, pudemos ver o “My Vida” transformado em balada ao estilo de “Winds of Change” dos Scorpions ou o “Mala Vida” em versão acelerada de ska minimal, apenas com percussão.

Toda a gente sabe que os concertos de Manu Chao são longos, e por isso, quando eles anunciaram a despedida passado uma hora de música, ninguém acreditou que era um fim. A verdade, é que entre o início e o fim do concerto, Manu despediu-se quatro vezes, com vários "Hasta siempre Cascais – Próxima Estación Esperanza", para voltar passados poucos segundos com mais música, sendo estes encores na realidade intervalos, para ir à casa de banho, beber água ou colocar pó de arroz, num concerto que durou quase 3 horas.

Foi uma viagem que fez saltar muita gente, dançando e pulando com as músicas que nos levaram às “Ramblas de Barcelona” nos primórdios dos Mano Negra até ao álbum «Radiolina», caso quiséssemos imaginar como seria se nós fossemos o Maradona. Apesar da duração do concerto e da proficuidade de versões de músicas, não deu para passar alguns hits como “Me llamam Calle” ou “Mr. Bobby”. No final, as pessoas contentes com o resultado, voltaram para casa. Afinal era domingo e no dia seguinte há que trabalhar ou então prolongar o momento e ir para a praia, ouvir um pouco mais de reggae e beber cerveja que é servida em menos de 10 minutos.



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Fotografia: José Reboca
Texto: Jorge Matos
Agradecimentos: Everything is New
Festival: Cascais Music Festival
Banda: Manu Chao
Local: Hipódromo Manuel Possolo, Cascais
Data: 22 de julho de 2012

1 comentários:

Unknown disse...

muito bom. foi pena não ter estado lá!

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