[REPORTAGEM]: A Naifa | Teatro São Luiz | 7 de Março de 2012



Depois de uma leve inclinação para o mal, A Naifa regressa para o bem de todos nós. Em Lisboa, o regresso deu-se no passado dia 7, no Teatro São Luiz, e o “souvenir” que A Naifa nos trouxe foi um “presentão”: - «Não se Deitam Comigo Corações Obedientes», o seu novo e quarto trabalho.

Após o período de luto e da reorganização da banda, que agora conta com Sandra Baptista no baixo e Samuel Palitos na bateria, A Naifa reúne no novo álbum 11 temas de originais fiéis à sua identidade indiscutivelmente única. Contudo, há diferenças, nada de mais natural, que começam pela poesia de Margarida Vale de Gato que, nas palavras de Luís Varatojo, “foram a grande descoberta neste disco”. Mas a sonoridade mantém-se. As origens do fado continuam a ser mais que evidentes e, caso não o fossem a interpretação de Maria Antónia Mendes em “Libertação” de Amália Rodrigues serviu para reiterar essa origem.

Mas com isto já revelámos um dos momentos mais intensos e únicos da passada noite de quarta-feira. De facto, o concerto baseou-se muito nas novas composições de «Não se Deitam Comigo Corações Obedientes», que só chegará às lojas no final de Março. No entanto, muitos dos temas foram acompanhados por algumas vozes no meio do público, uma vez que o novo disco pode já ser descarregado online gratuitamente.

Não houve grande comunicação directa com a plateia, o que não significa que não tivesse havido uma grande cumplicidade entre os músicos e o público. “Vocês gostam tanto de nós, como nós de vocês”, disse simplesmente Mitó. O ambiente dessa noite foi mais do que tudo, sereno e pacífico, como que a aceitação, por fim, dos tristes acontecimentos no passado recente da banda. Os sorrisos que os músicos trocavam entre si foram muito reveladores, especialmente na interpretação de temas de álbuns anteriores, como “Señoritas”, “A Verdade Apanha-se com Enganos” e a mais ovacionada da noite “Esta Depressão Que Me Anima”.

Este regresso d’A Naifa deixou bem claro, especialmente para os fãs mais receosos, que mesmo sem um dos principais fundadores da banda, João Aguardela, o projecto avança com força, criatividade e principalmente, com vontade de dar a devida continuidade à criação musical daquele músico, agora desaparecido.




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Fotografia: Rodrigo Vargas
Texto: Filipa Leite Rosa
Agradecimentos: Teatro São Luiz
Bandas: A Naifa
Local: Teatro São Luiz, Lisboa
Data: 7 de Março de 2012

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