[REPORTAGEM]: Yellowcard | TMN ao Vivo | 18 Dezembro 2011




Os Yellowcard, banda já muito badalada do punk rock Americano, tocaram no passado domingo em Lisboa, na sala TMN ao Vivo, último concerto da tour Europeia, com Saves the Day e Young Guns. Por trás deste evento, estava a promotora de concertos Xuxa Jurássica, já conhecida pela organização de concertos deste gabarito.

O ambiente estava composto, muito público das gerações mais novas, que claramente estavam ali para a banda cabeça de cartaz, que após vários lançamentos de sucesso, que os têm mantido no mercado do punk rock desde 2003, traziam no bolso um álbum acabadinho de lançar, «When You’re Through Thinking, Say Yes» com êxitos também muito aguardados.
Para abrir esta noite, e aguçar ainda mais as expectativas, os Young Guns, nova banda inglesa, subiram ao palco, revelando uma energia que facilmente conquistou todos os que se iam reunindo no recinto. O público parecia entusiasmado, e a aderir ao som catchy, cativado pelas guitarras melódicas e a voz tipicamente emo do vocalista. Os ingleses, com um único álbum lançado em 2010 «All Our Kings Are Dead», já fizeram tour com bandas como Lostprophets, Taking Back Sunday e Funeral For A Friend, o que se reflectiu num claro à vontade em palco e empatia com o público. Não faltou o mais badalado hit da banda - “Weight of the World”. Cumpriram o seu papel, e aqueceram os ânimos numa noite claramente promissora.

De seguida subiram ao palco os também muito esperados, mas talvez por um público mais restrito, Saves the Day. A verdade é que esta banda de New Jersey, embora posicionada como banda suporte no cartaz da tour Europeia, é já por si uma banda com tantos anos como Yellowcard, e que tem sido por si só uma inspiração para os mesmos, facto este admitido pelo vocalista de Yellowcard, Ryan Key, que também num dos êxitos do último álbum evidencia esta empatia com os companheiros de tour All I Can Think About Is You And Me Driving With a Saves The Day Record on. Esta é uma banda que embora menos bafejada pela fama, tem um público muito fiel, que estava ali, representado em minoria, e isso reflectiu-se no feedback geral do público, que na grande maioria esperava ansiosamente pelos headliners da noite!
Os Saves the Day subiram ao palco, e a imagem de Chris Conley, com um sorriso constante e aquela eterna voz de miúdo de 15 anos é o que melhor caracteriza este concerto. Os álbuns para tentar abranger eram muitos, e inevitavelmente iria ficar muito por tocar nesta noite, para os fãs mais dedicados, aos quais o set de 40minutos, só pode ter sabido a pouco. Abriram com “Firefly” do álbum «Stay What You Are» (2003), sendo este um dos mais contemplados do set, donde tocaram também temas como “Cars & Calories”, “Freakish”, e o próprio tema final de encerramento, “At your Funeral”. O concerto foi um desfilar de singles dos vários álbuns da banda, havendo lugar para temas dos mais recentes «Under the Boards» e «In Reverie», com “Can’t Stay The Same” e “Anywhere With You”, respectivamente.
Aqui e ali ouviam-se umas vozes isoladas que sabiam cantar cada música do princípio ao fim, enquanto os gritos da maioria do público entoavam com maior entusiasmo quando os membros de Yellowcard (o vocalista Ryan ou o violinista Sean Mackin) se juntavam à festa entoando back vocals com os Saves the Day. Temas como “The End” e “Eulogy” de «Sound the Alarm» fizeram mexer o público sendo dos temas mais aclamados, e vibrantes, não deixando ninguém indiferente. Com o álbum «Daybreak» acabadinho de chegar às bancas, musicas como “1984”, “Undress Me” e o single mais conhecido “Deranged & Desperate” fizeram também parte do alinhamento. Para finalizar, Chris Conley o vocalista, agradeceu os momentos passados em tour a Yellowcard dedicando-lhes a musica “You Vandal”, dum dos primeiros álbuns da banda «Through Being Cool» de 1999, momento este que antecedeu a musica “At Your Funeral” que encerrou o concerto também com muito singalong e sorrisos na cara - uns de contentamento por presenciarem este concerto, outros de ansiedade pela banda que se seguia.

O concerto de Yellowcard, embora as expectativas de muitos já fossem elevadas, veio superar e surpreender. A banda subiu ao palco por entre luzes e um som que estimulava o suspense, acompanhada dum entusiasmo visível dos fãs mais expectantes. Para abrir em grande, temas como “Way Away” de «Ocean Avenue» (2003) e “Shrink the World” de «Paper Walls» (2007) fizeram as delícias dos fãs que logo mostraram que era por Yellowcard que ali estavam, retribuindo a cantar, e a saltar com uma alegria estampada nos rostos. Foi então que, após um “obrigado” gritado com sentimento, algo inesperado aconteceu, e viria a ser uma das razões deste ser de certeza, um concerto como não houve igual em toda a tour Europeia. Ocorre uma falta de energia que provocou uma quebra significativa no concerto que depressa se transformou num fenómeno de empatia recíproca entre a banda e o público, que começou por entoar a música “Ocean Avenue”, sem acompanhamento musical. Ao entusiasmo do público juntou-se a alegria dos membros da banda, que cantavam com o público e sorriam. O baterista não hesitou e acompanhou a música, mesmo sem amplificadores, Chris Conley, vocalista de Saves the Day juntou-se à festa. Seguiu-se mais um momento memorável com “Rough Landing Holly” tocado pelo vocalista Ryan em acústico, acompanhado em uníssono pelo público atento e deslumbrado. O tema “Empty Apartment” de «Ocean Avenue», seguiu-se começando em acústico, igualmente acompanhado por uma plateia que não desiludia e cantava cada música do princípio ao fim. Foi então que a meio do tema a distorção das guitarras, e a bateria anunciaram o final dos problemas técnicos. A energia e intensidade tomou conta do recinto, e seguiu-se o tema “Light up the Sky”. Embora com um álbum recente acabadinho de sair «When You’re Through Thinking, Say Yes», os fãs tinham a lição bem estudada. Temas como “Soundtrack”, “With You Around” e “Hang You Up” ouviam-se de boca em boca. Mas o álbum «Ocean Avenue» foi igualmente privilegiado, deixando os fãs mais antigos da banda saciados, com temas como “Only One”, “Believe” e “Breathing”. Os Yellowcard estavam visivelmente bem-dispostos, afinal era o último concerto de uma tour por tantos países, que disseram ser memorável principalmente por ser com uma banda como Saves the Day que sempre os inspiraram. A empatia entre as bandas era visível, e os Saves the Day estavam também muito participativos, mandando stage dives, e participando nos backing vocals das músicas mais míticas. Prometeram ao público que a festa ainda estava para durar, e mesmo quando admitiram nunca tocar covers, resolveram presentear-nos com uma excepção, tocando “Say It Ain’t So” dos Weezer. O tema “Sing for Me” do último álbum foi tocado em acústico, seguido de “Be the Young”. O concerto aproximava-se do fim, havendo ainda lugar para “Lights and Sounds”, single do álbum com o mesmo nome, terminando em grande festa com “Ocean Avenue”, musica esta já entoada a solo pela plateia aquando do corte de energia. Não poderia finalizar de melhor forma, reunindo todos os membros das bandas que participaram em palco, a cantar juntas, evidenciando o ambiente de amizade que se vivia naquele backstage. Último concerto da tour, veio a revelar-se memorável para o público e para a banda, que por sua vez, embora pela primeira vez em Portugal, prometeram voltar para o ano, depois de trabalharem num novo álbum.



Para visualizar as galerias, deverá ter instalada a última versão do Adobe Flash Player



Voltar ao início


Fotografia: Rui Gaiola
Texto: Joana Duarte
Agradecimentos: Xuxa Jurássica
Banda: Yellowcard
Local: TMN ao Vivo, Lisboa
Data: 18 Dezembro de 2011

0 comentários:

Enviar um comentário