[REPORTAGEM]: No Use For A Name | TMN ao Vivo | 22 de Novembro 2011



Depois de dois anos sem passar por terras lusas, o TMN ao Vivo recebeu os californianos No Use For a Name na passada terça-feira, 22 de Novembro. Se muitos consideram o seu som como hardcore melódico, eu diria que se enquadra bem num punk rock melódico com tendências para o pop.
O baixo fez-se ouvir, por vezes, em maior volume que a voz do próprio Tony Sly, vocalista da banda. Os movimentos do mesmo não passaram de poucos passos para trás e para a frente, mas nós compreendemos, pois os anos passam e começam a pesar. Aliás, na plateia, muitos eram aqueles que nem eram nascidos aquando da formação da banda, no ano de 1987, no entanto, não deixaram de cantar, aplaudir ou até mesmo, saltar do palco para os braços do público, quase tão à vontade como quem salta para uma piscina coberta de água.
No entanto, a banda não vinha com a maior das alegrias, partilhando com os presentes o incidente que ocorrera à hora do almoço, quando a carrinha que continha o material informático havia sido assaltada, pedindo então a todos, que os ajudassem com a compra de merchandising. O público esse, parecia não querer saber do sucedido – aliás, queriam era música, mosh e crowd surfing no qual, nem Ribas (vocalista de Tara Perdida) faltou.
Esta hora e meia de concerto começou ao som de “Not Your Savior”, do álbum «More Betterness» de 1999, passando por temas como “I Want To Be Wrong”, “Angela” e “Coming Too Close”. O alinhamento era bastante extenso e diverso. Entre melodias mais paradas, ouviram-se alguns temas de punk-rock puro, com grandes batidas na bateria e algum movimento por parte do baixista Matt Riddle, que se mostrou o mais participativo durante todo o concerto, partilhando mesmo o seu microfone com os fãs.
Já íamos a meio da noite, depois de ecoar “Invincible” e “Why Doesn't Anybody Like Me”, quando aconteceu um pequeno contratempo com o roadie da banda, que, ao chegar-se à frente do palco, levou com a guitarra do vocalista na cara. Houve um momento de pausa e a banda não continuou enquanto o mesmo não voltou do backstage já com gelo na mão e pronto para outra – não esperávamos por isso, claro.
Depois de 21 temas, a banda abandonou o palco – os pedidos para voltarem fizeram-se ouvir “No Use” saiu da boca dos presentes, palmas e assobios também. Nenhuma banda fica indiferente aos pedidos do público, e como tal, Tony Sly regressou sozinho para tocar apenas com uma guitarra acústica os temas “Let Me Down” e o começo da “Biggest Lie”, que logo de seguida fez-se acompanhar por toda a banda. E porque os melhores momentos são sempre deixados para o final, foi em “Feeding the Fire” que do palco sentimos todo o power da banda. Sly apenas com microfone na mão, entregou a sua guitarra ao roadie, não para este a guardar, mas para os acompanhar no último tema, onde Sly aproveitou para se libertar e andar de um lado para o outro no palco, interagindo ainda mais com o público.

A abrir a noite estiveram os portugueses Twelve 2 Go, que depararam-se com uma casa meio vazia. Aliás, foi com algum desânimo que entrei na sala por volta das 21h15 e pensei “como é possível isto estar assim?”. Só depois surgiu à memória que na mesma altura estava a acontecer um jogo de futebol que acabava perto das 22h e como tal, o concerto tinha sido adiado para essa hora.
Aos poucos a sala compôs-se e a banda subiu então ao palco às dez da noite, puxando pelo público dizendo que se a porta do TMN ao Vivo está sempre a girar, o público deveria fazer o mesmo. Ou ainda “Cheguem-se para ao pé de mim que estou cheio de frio”, dizia o vocalista em tom de brincadeira para aqueles que se encontravam no fundo da sala. No entanto, mesmo havendo na frente do palco meia dúzia de fãs da banda que sabiam as músicas de cor, todos os outros tiveram a guardar-se para No Use For a Name. Dos portugueses podemos ouvir “Our Favourite Disaster”, “Go Home”, “Fight Back!”, “Paul McCartney”, “Time Frame”, “Friday Night”, “Conspiracy” e uma música nova que o vocalista disse ainda não ter nome.

Foi uma noite calma, apesar de terem estado duas bandas de punk-rock em cima do palco do TMN ao Vivo. Uma noite que soube a pouco e houve alguma desilusão pela prestação de No Use For a Name, mas vamos dar um desconto, afinal, não é todos os dias que somos assaltados.

Alinhamento:
Not Your Savior
I Want To Be Wrong
Angela
Coming Too Close
Chasing Rainbows
Soulmate
Six Degrees From Misty
Friends Of The Enemy
Any Number Can Play
Under The Garden
Fatal Flu
Slowly Fading Fast
On The Outside
A Postcard Would Be Nice
Invincible
Why Doesn't Anybody Like Me
Justified Black Eye
The Trumpet Player
Straight From The Jacket
The Answer is Still No
International You Day
~ENCORE~
Let Me Down
Biggest Lie
Feeding the Fire




Para visualizar as galerias, deverá ter instalada a última versão do Adobe Flash Player



Voltar ao início


Fotografia: José Reboca
Texto: Cátia Santos
Agradecimentos: Xuxa Jurássica
Banda: No Use For A Name
Local: TMN ao Vivo, Lisboa
Data: 22 Novembro de 2011

0 comentários:

Enviar um comentário