Em noite de Halloween o Clubbing regressou para mais uma enchente na Casa da Música. Dos concertos de At Freddy's House, Hipnótica e Nicola Conte Jazz Combo, apenas o italiano conseguiu afastar as bruxas.
Nicola Conte tem uma relação já antiga com o Porto. Desta vez o pretexto para o regresso foi o novo trabalho Love & Revolution. Na sala Suggia não cabia uma agulha. Acompanhado de uma banda e vocalista irrepreensíveis o músico italiano revelou competência, sem virtuosismo, e espalhou estilo. E não precisa de se esforçar muito ou perder tempo com exuberâncias. Nicola Conte fá-lo de uma forma natural. A música que faz é um jazz elegante e sedutor. Prova disso é o tema "Freedom" com uma secção rítmica com um swing que convida a descolar das cadeiras e, no caso do público feminino, a girar os colares de pérolas falsas. Algo que não aconteceu porque a sala em questão não permite. Ainda que no início do concerto o som não estivesse perfeito, especialmente a guitarra de Nicola, que por vezes não se ouvia, a banda continuou sem deixar que a performance fosse prejudicada. Quando uma banda está bem ensaiada e bem oleada facilmente são superados pequenos problemas técnicos que possam surgir. Se tivesse que ser escolhida uma palavra para descrever o concerto só havia uma hipótese: elegância.
Antes do concerto do italiano, At Freddy's House desvendou na sala 2 o próximo álbum de originais 09 Roads. O músico de Braga que segue a linha de cantautor entrou em palco sozinho para tocar “Box With Dancing Dolls”. No segundo tema juntaram-se, a Fred, em palco, António Miranda (baixo e contrabaixo), Rui Rodrigues (bateria) e Budda Guedes (guitarra). Adivinhava-se um concerto mais dinâmico e num registo menos melancólico do que o da primeira música. Não aconteceu. A verdade é que se assistiu a um concerto pouco inspirado e maçador. O músico cumpre o papel de songwriter na veia norte-americana, mas não traz nada de novo ao género. Apesar de ter merecido algum destaque nas playlists de algumas rádios nacionais falta-lhe ainda encontrar a sua identidade. A versão que fez para “Disarm”, dos Smashing Pumpkins, roçou mesmo o embaraçante. No entanto, a sala 2 estava cheia pelo menos até ao concerto de Nicola Conte começar.
A noite de concertos encerrou na sala 2, ainda enquanto Nicola Conte tocava, ao som dos portugueses Hipnótica. Indie para indies e para mais alguns que esperavam para dançar ao som dos DJs que completaram mais uma noite de Clubbing.
Fotografia: José Ferreira
Texto: André Vieira
Agradecimentos: Casa da Música
Músico: Nicola Conte Jazz Combo
Local: Casa da Música, Porto
Data: 31 de Outubro de 2011
1 comentários:
O som no concerto do Nicola Conte esteve fraquinho.
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