[REPORTAGEM]: Orquestra de Jazz de Matosinhos & Lee Konitz | Casa da Música | 13 de Outubro



Lee Konitz, uma das figuras incontornáveis do jazz, regressou ao Porto para celebrar 84 anos no palco da Casa da Música. Noite de festa e de reencontros, uniu uma espécie de trindade jazzistica composta pelo saxofonista, pela Orquestra de Jazz de Matosinhos (OJM) e por Ohad Talmor. O mote para o concerto foi o álbum Portology, trabalho gravado por Konitz em conjunto com a OJM que o convidou para esta parceria editada em 2006.

A comandar o leme, o arranjador e compositor Oahad Talmor dirigiu o concerto magistralmente. Ao repertório gravado por Konitz e pela OJM juntou ainda dois novos arranjos de sua autoria. Fruto de parcerias anteriores, sobretudo com Konitz, foi visível durante todo o espectáculo a solidez que a confiança entre os dois músicos transfere para o palco. Se calhar será por isso que Konitz diz que “actuar não é propriamente trabalho". Uma afirmação possível apenas para quem, depois de sessenta anos de carreira, pode escolher com quem quer colaborar.

Desta parceria há que salientar o desempenho da OJM, que se afirma cada vez mais como uma das mais estimulantes big bands. Antes do Porto, Portology garantiu-lhes, há cinco anos atrás, a estreia em Nova Iorque num dos palcos mais prestigiantes do mundo – o Carnegie Hall. Pedro Guedes, director artístico da OJM, disse que "trabalhar a música de um mestre e poder partilhar um palco com ele é uma sorte”. No entanto, diga-se em abono da verdade que em alguns momentos a OJM fez esquecer que Lee Konitz estava no mesmo palco.

Ainda que a dada altura os 60 anos de carreira de Konitz e os 84 anos de idade acusassem uma caixa de ar menos resistente não pode ser tirado mérito à sua prestação em palco. O saxofonista entrega-se à sua performance e cumpre o que lhe compete.

Durante cerca de hora e meia foi possível ouvir Sound Lee, composição baseada na estrutura da canção Too Marvelous for Words; Remember You's; Rhythm Sweet, uma abordagem diferente de I Got Rhythm; Thingin', que tem origem numa melodia criada pelo músico para o standard All the Things you Are e Pretty Peace, uma composição de Oahad Talmor construída sobre a estrutura de um tema há muito conhecido de Konitz Body and Soul.

O concerto fechou com o medley Ornetty/September 11th/Ornetty (part2) e A Ballad.



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Fotografia: José Ferreira
Texto: André Vieira
Agradecimentos: Casa da Música
Artistas: Orquestra de Jazz de Matosinhos & Lee Konitz
Local: Casa da Música, Porto
Data: 13 de Outubro de 2011

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