[REPORTAGEM]: Jamie Cullum | CoolJazzFest | 29 Julho 2011



Depois de quatro semanas de CoolJazzFest, chegava ao fim mais uma edição. E que edição! Foram quatro semanas repletas de boa música, em locais muito agradáveis e que com certeza ficará na memória de todos quanto se deslocaram a Cascais para assistir a espectáculos para todos os gostos e gerações.

A noite não estava tão fria, e o Hipódromo Manuel Possolo estava a meio gás – mas com certeza iria encher com a noite, e assim foi. Ninguém fica indiferente a Jamie Cullum, este rapaz de 31 anos.
Desengane-se quem pensava assistir a um concerto calmo, parado e com pouca participação vinda do músico. Errado!! Jamie não parou um segundo. Mesmo quando tocava ao piano o músico abanava a cabeça, batia o pé e até se metia em cima do banco. Energético, sim, é esse o termo apropriado a Jamie.

Ainda antes, tivemos a presença de Luisa Sobral, que se mostrou bastante honrada por poder pisar o mesmo palco que Jamie, pois nunca pensou poder abrir um concerto seu - ”fui a um concerto dele há dois anos em Nova Iorque e na altura nunca pensei estar aqui a abrir um concerto dele”, confessou a cantora.
Cantora e não só, Luisa mostrou-se muito à vontade no palco, não se ficando apenas pelo microfone: tocou harpa, guitarra e contrabaixo. Se é nova nos palcos, não parece, pois arrancou da audiência imensos aplausos no fim de cada tema.
No entanto, e porque as coisas são mesmo assim, foi em Toxic de Britney Spears que Luisa mais aplausos teve – ”pois, isto é sempre assim, a Britney tem sempre mais palmas que todas as outras”, brincou. Mas não, não foi por ser um tema de Britney, mas pela sua presença e pelo espectáculo que Luisa deu – ”vamos fazer uma coisa nova”, soltou o cabelo, pôs uma ventoinha por baixo de si, um microfone à pop star e apresentou um Toxic que agradou a todos.
”Agora vou voltar ao normal”, e tocou na sua harpa lilás o tema Not There Yet, seguindo-se de Japanese Rose, um tema sobre uma menina que presenciou o tsunami no Japão.
Aliás, Luisa cria nas suas músicas muitas personagens fictícias, vindas da sua cabeça, e muitas vezes, parecem saídas de um conto de fadas.
Também Luisa dedicou um tema, Valerie, a Amy Winehouse, diz ela, ”uma das cantoras mais genuínas e com grande voz.”.
Despediu-se, depois de muito ter sido pedido pelo público, com o tema Chico, agradecendo o convite que a honrou muito e que irá lembrar-se para sempre.

Mas porque o público, mesmo tendo gostado da actuação de Luisa Sobral estava ali, e em peso, para ver Jamie Cullum, foi a vez do simpático músico do Reino Unido (com um sotaque muito acentuado), entrar em palco.
Muito formal, de camisa e casaco, sentou-se no banco, depois de este ter quase caído – um parafuso fora do lugar? – e cantou Photograph, deixando as portuguesas a delirar logo no primeiro tema, ”It was the same night that I kissed that girl, a portuguese one”.
Em Get A Kick Out Of You desaperta os punhos da camisa gerando um ”tira tudo!” vindo da plateia. Não tirou, mas não faltou muito para que a camisa e a gravata saltassem directamente para o chão do palco, mostrando toda a sua energia em Get Your Way. Aqui vimos um Jamie tal como ele é, loucamente energético, loucamente simpático, e loucamente encantador. ”Obrigada, obrigada, tudo bem? Há pessoas por detrás daquelas que eu consigo ver. Isto são só as três primeiras músicas”, preparou-nos.
Come Together, seguiu-se de Twentysomething, acompanhada de aplausos com braços no ar, a pedido do cantor.
E porque não aproveitar o momento e pegar na nossa cara metade e dançar ao som de Jamie Cullum? Foi assim que um casal pensou quando Jamie cantava If I Ruled The World, dançando em frente ao palco, tendo direito a um cumprimento de mão por parte do músico, que provavelmente ficou sensibilizado com o gesto do casal.
Confessou que, quando andava a tocar pelo Reino Unido, o púbico não era muito participativo, batendo umas palmas e pouco mais, no entanto, quando chegou a Portugal, ao nosso Coliseu de Lisboa, viu um público muito mais animado, e que parecia que tinha ”andado a tomar asteróides”. É assim Jamie, o público português é sempre elogiado por todos.
Um pouco de beatbox em Don't Stop The Music e uma ameaça de crowd surfing em I Feel Fine deram lugar a What A Difference A Day Made ao qual Jamie intitulou de boa ”oportunidade para dançar com o sexo oposto. Mas se for com o mesmo sexo também não faz mal”.
Despediu-se ao som de High and Dry dos Radiohead colocando todo o público a cantar com ele, deixando-nos, confesso, com pele de galinha. No entanto, não se despediu sem antes dizer a todos que foram uma audiência incrível e que regressariam sempre que nós quiséssemos. E agora? O público quer, o público pede, o público vai ter que ter mais Jamie Cullum.

Não faltou muito para que regressa-se ao palco para mais dois temas: The Wind Cries Mary de Jimi Hendrix e Gran Torino, saindo no palco na esperança de ser novamente chamado para actuar para este público ”incrível”. E nós saímos do Hipódromo na esperança de poder ver novamente Jamie Cullum em Portugal.


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Fotos: José Reboca
Texto: Cátia Santos
Agradecimentos: Assessoria de Imprensa e Música no Coração
Festival: Cascais CoolJazzFest
Local: Hipódromo Manuel Possolo
Data: 29 Julho de 2011

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