[REPORTAGEM]: Festas do Mar (3º Dia) | Cascais | 21 Agosto 2011



Uma noite que ameaçava ser chuvosa – aliás, as Festas do Mar têm sido ameaçadas, mas até agora não passou disso, de uma ameaça - um palco já habituado a receber grandes nomes da música portuguesa, e uma multidão visivelmente menos jovem, esperava a presença daquela que é considerada como uma das grandes fadistas portuguesas da actualidade, Carminho.

Sem xaile, tão típico do fado, mas com o ainda habitual vestido longo preto, Carminho subiu elegantemente ao palco por volta das dez da noite, sempre com um ar muito sério mas nunca perdendo aquela simpatia, um tanto ou quanto tímida, que por vezes transmitia ao dirigir-se ao público.

Depois de Fado Licas e de Meu Amor Marinheiro, foi a vez da Bia, aquela da Mouraria entrar em cena. Um tema conhecido pelo público, e isso transmitiu-se pelos aplausos e até por algumas cantorias vindas do público.
No entanto, muitos eram aqueles que estavam ali, parados, de olhos postos na fadista, sem sequer emitir um som ou desviar o olhar.
Olhar esse que foi desviado apenas quando a fadista ao sair do palco, e depois de dois temas instrumentais – tão bem tocados pelos músicos que a acompanham - se ter dirigido para o meio do público e ter cantado dois temas, sob o olhar atento de todos os presentes e das suas máquinas fotográficas, que disparavam e filmavam, aproveitando o facto da fadista se encontrar ali, tão perto do seu público.

Muitas histórias de infância foram contadas, quase como em jeito de explicação dos temas que se seguiam. Mas a maior ovação veio com o tema Uma Vida Noutra Vida, tendo Carminho confessado que estavam ali para cantar e ficavam até quando quiséssemos, porque o ”Fado só faz sentido com um público que gosta de Fado”, e aquele, pareceu-nos, era um público que gostava e pedia por mais.

No entanto, e ao fim de vinte temas que passaram num abrir e fechar de olhos, a fadista e os seus músicos abandonam o palco, regressando rapidamente, dedicando o primeiro tema deste encore à fadista Beatriz da Conceição, uma grande amiga e conselheira de Carminho que comemorava mais um aniversário.
Despediu-se com um tema que ”normalmente não canto ao vivo.”, apenas em pequenas casas de fado, e como o ambiente que se fazia sentir em Cascais, fazia-lhe relebrar essas pequenas casas de fado, Carminho decidiu acabar a noite ao som de As minhas Penas.

Todos juntos, Carminho, Daniel Pinto (baixo), André Ramos (viola), Luís Guerreiro (guitarra portuguesa) e os convidados Quiné (percussionista) e Diogo Clemente (guitarra) despediram-se de mais uma noite das Festas do Mar, que mais uma vez acabaram em grande, com um fogo de artifício vindo do mar.

Hoje à noite é a vez daqueles que marcam uma geração com o tema Parva que Sou, os Deolinda, que sobem ao palco por volta das 22h00.


Alinhamento:
A Voz [Fado Licas]
Meu Amor Marinheiro
A Bia da Mouraria
O Tejo Corre no Tejo
Disse-te Adeus [Fado Raul Pinto]
Voltar a Ser
Nunca é Silêncio Vão [Fado Pedro Rodrigues]
Espelho Quebrado
Palavras Dadas [Fado Rosita]
Senhora da Nazaré
Instrumental
Instrumental
Alfama (com Diogo)
Maria José (com Diogo e Quiné)
Saudades do Brasil em Portugal
Carta a Leslie Burke
Uma Vida Noutra Vida (Fado Pechincha)
Tendinha
Marcha de Alfama (com Diogo e Quiné)
Escrevi o Teu Nome no Vento [Fado Carriche] (com Diogo)
~ENCORE~
Meu Amor Marinheiro
Maria José
As minhas Penas


REPORTAGEM FESTAS DO MAR 2011:
1º Dia | James (19 Agosto 2011)
2º Dia | Amor Electro (20 Agosto 2011)
3º Dia | Carminho (21 Agosto 2011)
4º Dia | Deolinda (22 Agosto 2011)
5º Dia | Zeca Sempre (23 Agosto 2011)
6º Dia | Aurea (24 Agosto 2011)
7º Dia | Vanessa da Mata (25 Agosto 2011)
8º Dia | Susana Félix (26 Agosto 2011)
9º Dia | Luís Represas (27 Agosto 2011)
10º Dia | Homenagem a Tozé Brito (28 Agosto 2011)




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Fotos: José Reboca
Texto: Cátia Santos
Agradecimentos: Câmara Municipal de Cascais
Banda: Carminho
Local: Baía de Cascais, Cascais
Data: 21 Agosto 2011 (3º dia do festival)

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