[REPORTAGEM]: Super Bock Super Rock (2º Dia) | Herdade do Cabeço da Flauta | 15 Julho 2011



Depois da noite de ontem, o descanso era necessário mas dormir num parque de campismo lotado em que se ouvem vozes vindas de todos os lados pode tornar-se complicado, mas lá o cansaço vence e só acordamos com o calor abrasador do Meco no dia seguinte.
Enquanto se espera que a tarde passe e os concertos comecem a melhor opção seria ir para a praia, mas o número de autocarros disponíveis não incentiva aqueles que não querem perder nada do festival e têm medo de não voltar a tempo para o recinto.
Resumindo, há que passar o dia nos duches, que se encontram sempre cheios.
Abre então o recinto e as pessoas vão passear um pouco, comem, bebem, procuram brindes, entre eles os lenços da EDP, lenços estes que tornaram-se extremamente populares e desejados, há que tentar combater as nuvens de poeira constantes de alguma forma.

No segundo dia de festival, a tarde não poderia ter começado de melhor forma, Noiserv, o projecto de David Santos que actua sozinho em palco abriu o Palco Super Bock.
O "homem dos mil instrumentos" mostrou sentir-se em casa rodeado por brinquedos e outras coisas mais que utilizava nas suas composições, cada música é uma história que David interpreta cheio de "feeling" acompanhado por ilustrações de Diana Mascarenhas em ecrãs laterais.
Melody Pops e Consolation Prize foram alguns dos temas tocados neste concerto de final de tarde.
O público recebeu Noiserv de braços abertos, mostrando-se extremamente receptivos.

Logo a seguir veio Rodrigo Leão, mantendo a atmosfera calma que Noiserv já tinha instalado.
Rodrigo Leão veio mostrar que é sem dúvida um dos melhores músicos e compositores portugueses. Acompanhado por Ana Vieira na voz foram tocados temas como A Corda e Vida Tão Estranha, chegou-se a pensar na possibilidade de Beth Gibbons subir ao palco, mas infelizmente não se concretizou.
Para não variar o concerto foi uma viagem pelos vários álbuns de Rodrigo Leão. Apesar de algumas "más línguas" acharem que esta não era uma banda de festival, a verdade é que aqueceram o público para o resto da noite.

Logo após viria os The Gift, num concerto completamente diferente daquilo que era esperado, rodando principalmente à volta do novo álbum Explode.
O concerto começou com Let It Be Me, Sónia Tavares e a restante banda presentearam a audiência com um belo concerto, cheio de ritmo e energia, boa disposição e até alguns confetis à mistura.
De regresso ao passado tocaram apenas Driving You Slow e 645 deixando alguns fãs na esperança que viriam mais alguns clássicos à mistura.
O novo álbum dos The Gift é muito mais que o simples single que ouvimos na rádio, prova disso foi este concerto.

Uma das bandas mais esperadas da noite foram os Portishead. Já estava tudo em pulgas antes do concerto começar e assim que pisaram o palco a atmosfera mudou completamente.
Cada beat era sentido como uma onda de energia e durante Machine Gun o corpo estremecia com as vibrações fazendo o público sentir-se parte da música.
Êxitos como Mysterons, Nobody Loves Me, Glory Box e Roads, puseram o recinto completamente hipnotizado pela voz de Beth Gibbons que continua, como sempre foi, de outro mundo.
Era possível ver algumas pessoas com lágrimas nos olhos quando o famoso single Over começou, é impossível não ficar emocionado com Portishead.
O concerto fechou com We Carry On mas antes Beth Gibbons ainda distribuiu carinhos pelo público e disse em género de brincadeira que o público português era melhor que o do Reino Unido.

Para fechar a noite vieram os Arcade Fire. O recinto estava mais do que cheio, assim que deu 00:45 todos os olhos fixaram-se no palco principal, mas teriam que esperar mais um pouco.
Depois de tanto esperar e de o concerto no Pavilhão Atlântico ser cancelado, assim que os Arcade Fire entraram em palco com Ready to Start ouviram-se aplausos e gritos capazes de se ouvir em Lisboa.
Embora tivessem alguns problemas de som, infelizmente não era possível ouvir claramente alguns dos instrumentos, nomeadamente os violinos, o público cantou, gritou, pulou e tudo mais que seja possível fazer num concerto.
Hinos como Ready to Start e Wake Up foram feitos para momentos como este, transformando o Meco num coro gigante.
A finalizar tivemos Sprawls II (Mountains Beyond Mountains) conduzida por Régine Chassagne.
Mesmo com alguns problemas de som, este foi sem sombra de dúvida o melhor concerto do festival até ao momento, é como se fossemos todos uma enorme família, Win Butler até chegou a dizer em género de brincadeira que os portugueses deviam dar cursos a ensinar os outros países a "como se portar num concerto".


Actuações 15 Julho 2011
PALCO SUPER BOCK
Arcade Fire
Portishead
The Gift
Rodrigo Leão & Cinema Ensemble
Noiserv

PALCO EDP
Chromeo
The Legendary Tigerman
B Fachada
L.A.

PALCO @MECO
Sven Vath
Rui Vargas & André Cascais
Makam
Dorian Paic
John Waynes
Ka§par


REPORTAGEM SUPER BOCK SUPER ROCK 2011:
1º Dia (14 Julho 2011)
2º Dia (15 Julho 2011)
3º Dia (16 Julho 2011)

FESTIVALEIROS



PALCO SUPER BOCK



Fotografia por Luis Martins / Música no Coração



PALCO EDP



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Fotos: Carlos Melim
Texto: Mafalda Melim
Agradecimentos: Música no Coração
Festival: www.superbocksuperrock.net
Local: Herdade do Cabeço da Flauta, Meco
Data: 15 Julho 2011 (2º dia do festival)

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