[REPORTAGEM]: Optimus Alive (4º Dia) | Passeio Marítimo de Algés | 9 Julho 2011



Se nos dirigíssemos a alguém que tinha o passe de quatro dias do Optimus Alive provavelmente iríamos encontrar caras cansadas e pessoas a descansar sentadas no chão. No entanto, se lhes perguntássemos se queriam que o festival acabasse, a resposta seria com certeza um enorme NÃO.

Estávamos no dia 9, o último do festival Optimus Alive, e apesar de no geral ter sido um sucesso, este último dia foi aquele que menos público trouxe ao Passeio Marítimo de Agés.
Às 17h, como habitual, começaram a soar as primeiras batidas vindas do Palco Super Bock com os brasileiros Stereopack. Tal como os seus conterrâneos Massay que actuaram no dia anterior, também os Stereopack confessaram ser a primeira vez noutro país - ”E aí Lisboa!! É o nosso primeiro show fora do Brasil. Esta música é muito importante para nós porque é o nosso primeiro videoclip e foi filmado em Lisboa.” Num clima mais romântico soou então I Don't Wanna Say Goodbye Anymore que quase o podíamos imaginar, pois claro, a ser filmada na nossa bonita Lisboa.

De seguida, por volta das 17h50 foi a vez dos britânicos WU LYF pisarem o Palco Super Bock. Estes que não contavam com nenhum álbum editado, lançaram este ano em Maio o primeiro trabalho GoTell Fire to the Mountain, tendo reunido alguns fãs para assistir a esta estreia em Portugal.
O vocalista, Ellery Roberts surgiu em palco com um lenço de Portugal ao pescoço, enquanto o baixista Tom McClung apresentou-se como sendo o Justin Bieber, ou seja, humor não faltou a este quarteto britânico que nos presenteou com temas como Spitting Blood, 14 Crowns for Me & Your Friends, Heavy Pop e Dirt.

Vindos directamente de Vale de Cambra, os Lululemon vencedores do Optimus Live Act abriram o Palco Optimus neste dia 9 de Julho. No entanto, e porque vinte e cinco minutos depois no Palco Super Bock iria actuar uma grande banda portuguesa, a plateia que se encontrava a assistir ao concerto de Lululemon era aquela que não queria perder o lugar da frente, provavelmente para Paramore.

18h55 entram em palco os Linda Martini, eles que contam com uma legião de fãs que se fez notar em força neste dia de Optimus Alive, veio apresentar o segundo trabalho Casa Ocupada.
Surgiram em palco ao som de Nós os outros embalados por umas bolas de sabão que iam sendo lançadas por alguém do público (fica sempre bonito uma bola de sabão na fotografia, com os Linda Martini como pano de fundo).
Seguiram-se Efémera e Cronófago, dando lugar a uma primeira conversa com o público, vindo de Hélio Morais que agradeceu a todos a presença e que era muito bom ver o recinto tão cheio.
O seu rock alternativo faz o público delirar, estava mais que provado, mas foi em Mulher-a-dias e em Amor Combate que o público mais vibrou, batendo palmas e cantando como se não houvesse amanhã.
De destacar Cláudia Guerreiro que não parou um segundo, por vezes, em excesso, mas que se percebeu perfeitamente que estava a vibrar com aquela actuação.

Seguimos em direcção ao Palco Optimus para assistir à actuação dos White Lies que estiveram em 2010 no Festival Paredes de Coura, lançaram um ”É bom estar de volta”.
No entanto, este regresso ficou marcado pela apresentação do seu mais recente trabalho Ritual editado em Janeiro deste mesmo ano.
Porém, a actuação começou ao som de Farewell To The Fairground Play Video do álbum To Lose My Life... editado em 2009 e foi em To Lose My Life, tema que da nome ao álbum, que o público mais reagiu, talvez por ser um dos mais conhecidos da banda. De Ritual pudemos ouvir Strangers e Holy Ghost.

Mais uma corridinha até ao Palco Super Bock para a actuação dos Foals, mais uns britânicos que nos apresentam mais uma vez (já habitual neste palco) um estilo mais indie-rocker.
Parece que a organização decidiu escolher para este palco, bandas com um historial bastante semelhante: sons semelhantes, britânicos, que pisam solo português pela primeira vez e que por conseguinte, editam o seu último trabalho em 2010 ou em 2011.
Foals encaixam-se na perfeição nessa listagem. Com um segundo álbum editado em Maio do ano passado, Total Life Forever, apresentaram-se pela primeira vez em Portugal para um recinto completamente cheio que cantou, pulou, abanou a cabeça e ainda fez coraçõezinhos com as mãos. Soaram temas como Blue Blood, Total Life Forever, Cassius, Red Socks Pugie, acabando a sua brilhante actuação ao som de Electric Bloom.

E porque já estávamos habituados, mesmo havendo um certo cansaço, lá fomos nós mais uma vez para perto do Palco Optimus para ver entrar os Kaiser Chiefs. Podemos mesmo referir que foi uma das actuações mais estonteantes que por aquele palco passaram. Não os conheciam bem? Não gostavam muito da banda? Com certeza depois de ver a actuação de Ricky e seus companheiros, que essa ideia alterou por completo.
Everyday I Love You Less and Less deu início a um espectáculo que contou com uma setlist recheada de bons temas.
O vocalista da banda de Ruby não parou um segundo, correndo de um lado para o outro do palco, brincando com as câmaras de filmar (tendo enviado a pandeireta para cima de uma), saltando para o fosso e até mesmo, fazendo uma visita à barraca da Super Bock que ficava ao lado do palco. Alguém conseguiu ficar indiferente a tanta energia? Acreditamos que não.
Estes que em 2011 editaram um novo álbum The Future Is Medieval que contou com a participação de vários fãs, que no meio de 20 temas escolheram as 10 que preferiam ver neste novo trabalho, bem como a oportunidade que tiveram para executar a capa do mesmo.
Neste quarto dia de Optimus Alive 2011 tivemos oportunidade de ouvir o primeiro single desse mesmo álbum, Little Shocks, bem como, temas bem mais antigos e conhecidos por todo o público, como Ruby e I Predict a Riot.

Nem com a ausência do baixista Gerard Smith que faleceu há uns meses atrás devido a uma doença cancerígena , os TV On The Radio estiveram em baixo. Muito pelo contrário. O ambiente era o melhor, o público queria ver os nova-iorquinos que mesmo já tendo estado no nosso país, deram um dos melhores concertos que por cá passaram.
Halfway Home seguiu-se de Dancing Choose e de The Wrong Way acabando a actuação ao som de Wolf Like Me.
E porque se no dia anterior o recinto estava repleto de fãs de 30 Seconds to Mars, neste dia 9, o recinto encontrava-se repleto de fãs de Paramore. A banda de Hayley Williams, a explosiva vocalista, actuou pela primeira vez em Portugal neste dia do festival Optimus Alive, por incrível que pareça. Até para próprio espanto de Heyley que confessou ”Isto é fantástico. Mas porque é que demorámos tanto a vir cá?”.
Estes jovens que ganharam uma legião de fãs em todo o mundo, e muito se deve ao facto de as suas músicas estarem incluídas em famosos jogos de consola e em famosos filmes para adolescentes.
“We are Paramore” soou quase como um grito de guerra, que fez todo o público vibrar e levantar os braços. Depois de Ignorance ”É a primeira vez em Portugal e temos muitas canções para vocês. Esta próxima música é de festa. Gostam de música de festa?”, soando Playing God. Com mais uma conversinha com o público (Hayley até estava a gostar dos portugueses), pediu-nos para lhe dar-mos lições de dança ”Preciso de vocês para me dar lições de dança” e assim o fez ao som de Crushcrushcrush.
Mais dois temas - Monster e Pressure, e mais uma pausa para conversas com os fãs. Depois de perguntar quem já tinha ido a um concerto de Paramore confessou que não têm por hábito cantar músicas calmas em festivais, pois apenas tocam as rápidas e ”loucas”, mas que neste dia traziam uma música de amor, The Only Exception que foi acompanhada por uma cortina de fogos, dos isqueiros e luzes das máquinas fotográficas, fez arrepiar qualquer fã e não fã da banda.
”A nossa primeira vez em Portugal está a ser um sucesso” e sem que ninguém esperasse, pediu a participação de dois fãs, fazendo os seguranças pegarem num rapaz e numa rapariga que prontamente foram a correr para o palco para abraçar a vocalista. ”Tu vais fazer de mim e tu vais fazer de Taylor” e assim acabaram a actuação, numa grande festa, ao som de Misery Business cantado pelos fãs que estavam no palco, pelos que estavam no público e por toda a banda, que foram acompanhados por uma chuva de confetis.
Depois desta actuação espera-se que Paramore regresse a Portugal para um concerto em nome próprio, que com certeza será um sucesso.

Era hora de mais um grande nome do rock alternativo americano subir ao palco. Os Jane’s Addiction que contam com mais de 25 anos de carreira e três álbuns editados, actuaram pela primeira vez em Portugal na presença de milhares de fãs.
Com um cenário diferente do que passou até então pelo Palco Optimus vimos surgir do cimo do palco duas bailarinas penduradas por cordas (agarradas a piercings que tinham nas costas). Chocados? Olhava-se para o lado e para o outro e viam-se caras de ”ai que horror”, mas cedo deixaram-se levar pela brilhante actuação do vocalista Perry Farrell que com a sua garrafinha de vinho na mão, perguntava ao público ”Estão a gostar? É diferente não é?”.
Ao longo da sua actuação foi metendo conversa com o público, que lhe foi ensinando algumas palavrinhas em português ”vinho tinto, obrigado”, ”thank you bonito boy and bonita girl”.
Mountain Song, Ain't No Right, Had a Dad, Ted, Just Admit It... e Been Caught Stealing foram alguns dos doze temas que Perry cantou, num espectáculo carregado de erotismo e sensualidade (não fossem as bailarinas o mais provocante que por aquele palco passou, e não fosse a presença do guitarrista Dave Navarro que ainda faz delirar muitas jovens).

Quem ainda aguentou o cansaço, ficou para um grande final ao som dos autores do mega-êxito, Barbra Streisand, os Duck Sauce.
A-Trak e Armand Van Heldenque fizeram-se acompanhar por um pato gigante que não queria nem por nada ficar de pé, mas que não causou qualquer problema à sua actuação. Uma enorme festa fechava o Palco Optimus na promessa que, para o ano haveria mais.

Promessa essa que nos foi prontamente feita por Álvaro Covões (da Everything is New) numa conferência de imprensa, que para além de ter referido que esta edição de 2011 do Optimus Alive contou com uma participação de 160 mil pessoas, esta iria ficar pelo menos mais cinco anos em Algés.
E se gostaram desta edição, preparem-se e marquem já na vossa agenda: 12, 13 e 14 de Julho de 2012 no Passeio Marítimo de Algés o Optimus Alive promete voltar com mais uma óptima edição.


Actuações 9 Julho 2011
PALCO OPTIMUS
Duck Sauce
Jane's Addiction
Paramore
Kaiser Chiefs
White Lies
Lululemon

PALCO SUPER BOCK
A-Trak
Fake Blood (Live)
Orelha Negra
Dizzee Rascal (cancelados) | Diabo na Cruz (substitui)
TV On The Radio
Foals
Linda Martini
Wu Lyf
Stereopack

PALCO OPTIMUS CLUBBING
Housemeister
Boyz Noize
Erol Alkan
Spank Rock
DJedjotronic
Gold Panda
Feadz
Strip Steve
Shadow Dancer


REPORTAGEM OPTIMUS ALIVE 2011:
1º Dia (6 Julho 2011)
2º Dia (7 Julho 2011)
3º Dia (8 Julho 2011)
4º Dia (9 Julho 2011)


PALCO OPTIMUS



PALCO SUPER BOCK



CORETO HOMENS DA LUTA


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Fotos: José Reboca
Texto: Cátia Santos
Agradecimentos: Everything Is New
Festival: www.optimusalive.com
Local: Passeio Marítimo de Algés, Lisboa
Data: 9 Julho 2011 (4º dia do festival)

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