[REPORTAGEM]: Maria Gadú | Casa da Música | 2 Julho 2011



Numa casa onde se faziam sentir os murmúrios do tempo, depois da meia hora destinada para o inicio do espectáculo, Maria Gadú surge em palco com os seus músicos, desta vez na Casa da Música.
E se estamos perante o Encontro, foi a melhor forma de partilhar aquele momento inicial com a plateia que por ali pairava, repleta de gente.

Possuidora de uma timidez genuína, Maria, deixava-se levar pelo tom de suas músicas, o acústico renascia perante cada acorde abordado, com arranjos musicais arrojados, levando-nos por diversos temas do seu álbum.
No tema Amor de Índio, nota-se o silêncio instantâneo e por alguns segundos entoam-se as palmas vindas do público. E se os arrepios surgiam na flor da pele, tudo fazia sentido, aquela voz pronunciada conseguia acalorar o espaço.

Lanterna dos Afogados, uma das mais conhecidas músicas dos Paralamas do Sucesso, é revelada pela voz doce de Maria, que vai sorrindo e olhando para a sua banda com ar de cumplicidade. O público atento vai cantando, acompanhando cada estrofe das letras das suas músicas, seguindo-se de A História de Lily Braun e Linda Rosa.

Um dos momentos engraçados da noite é traduzido no gesto de Maria perante um dos técnicos, apalpando-lhe o “bumbum” mandando-o sair, fazendo com que os sorrisos em uníssono fossem lançados. Num dos intervalos entre melodias, ainda houve tempo para Maria Gadú olhar para a plateia e falar – “Ai que bonitinho o sotaque!”

E o público ficou ao rubro quando começou a ouvir a versão de Trem das Onze, os assobios de prazer e as ovações não se deixavam cessar. Lamento Sertanejo, traz-nos a mistura de Nação Zumbi em conjunto com o Cordel do Fogo Encantado, relembrando velhos tempos, memorizando-os em movimentos corporais, fazendo com que o tempo flutue e se perca.

Maria Gadú decidiu partilhar uma música que realizou para o filme Teus Olhos Meus do Caio Sóh, intitulada de Like a Rose, que fora premiada pela sua beleza inacreditável.
E de repente um espectador vira-se para Maria, e diz “Quero a sua alma!”,deixando Maria envergonhada, pronunciando ela “Quero a sua Alma? Será que foi isso? Você não se pronunciou!” provocando sorrisos eloquentes.

Em Escudos, o final prevê-se pela atmosfera envolvente, e o público manifesta-se chamando-a para um encore. A banda decide entrar em palco, começando a tocar a Ne Me Quitte Pas por uns minutos, enquanto se esperava pelo regresso de Maria. A apresentação da banda surgia perante o tema Laranja, iniciando pelo Gastão Villerow (baixo), Fernando Caneca (guitarra), Maycon (teclado), surgindo o 2345meia78 do Gabriel O Pensador, e posteriormente de Doga (percursão) e Cesinha (bateria).

E se ninguém estava à espera de ouvir Mamonas Assassinas, Gadú deu-nos o cheirinho do tema 1406, cessando o concerto com as improvisações, ficando na memória como um belíssimo espectáculo.

Alinhamento:
Encontro
Bela Flor
Shimbalaiê
Tudo Diferente
Dona Cila
Amor de Índio
Lanterna dos Afogados
A História de Lily Braun
Amy
Lounge
Trem das Onze
Lamento Sertanejo
Like a Rose
Escudos
~ENCORE~
Ne Me Quitte Pas
Laranja


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Fotos: Carina Guilherme
Texto: Maria Manuel
Agradecimentos: Música no Coração
Cantora: Maria Gadú
Local: Casa da Música, Porto
Data: 2 Julho de 2011
Site Oficial da Cantora: www.mariagadu.com.br

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