[REPORTAGEM]: Delta Tejo (3º Dia) | Alto da Ajuda | 3 Julho 2011



O último dia do Festival Delta Tejo, não podia ter sido mais agitado e multicultural. O céu nublado não assustou a festa quente que se fez nesta noite. Como cabeças de cartaz, tivemos Maria Gadú, Ney Matogrosso e os Parangolé, em estreia em Portugal.Com muita poeira no ar de tanto dançar, o público despediu-se desta 5º Edição do Festival Delta Tejo, prometendo voltar para o ano.

Os Expensive Soul fizeram soar a primeira batida por volta das 8 da noite, com o tema Primeira Fila.
Nesta edição, saltaram para do Palco Jogos Santa Casa onde tinham estado no ano passado, para o Palco Delta, e a quantidade de pessoas que quis ver os Expensive Soul confirma que a banda de Leça da Palmeira é um sucesso.
A sua mistura de hip-hop, reggae e funk ouviram-se em temas como O Amor é Mágico – single de avanço para o último álbum da banda (Utopia), Brilho, Como Eu Venho, 13 Mulheres, Sara entre muitos temas produzidos desde 2004 por New Max, Demo e a Jaguar Band até hoje.
Sempre a interagir com o público, com muitos saltos e palmas, houve também espaço para uma homenagem a Angélico Vieira.
Terminaram com o tema Eu Não Sei, que marcou o salto da banda para a ribalta em 2004.
No final do concerto a opinião do público era unânime, os Expensive Soul conseguiram aquecer muito bem o público com os seus ritmos bem-dispostos, contrariando o céu cinzento que lhes serviu de pano de fundo durante a actuação.

O regresso de Maria Gadú a Portugal era muito esperado, a julgar pelos cânticos que se ouviam pelas filas da frente. Um público maioritariamente feminino, chamava por ‘Gadú’, ao mesmo tempo que levantava bandeiras do Brasil.
A noite já tinha caído, e o tema Encontro foi o tema escolhido para abrir o concerto.
Acompanhada da sua viola, e de uma banda com uma sonoridade exemplar, a artista de 24 anos mostrou provou porque é tão querida entre o público português – a sua voz doce e o seu sorriso constante, deixaram o Delta Tejo com um tom mais romântico.
Quando tocou Shimbalaiê o barulho feito pelo público, foi ensurdecedor. Ao som desta balada, toda a gente cantou bem alto, com os braços e bandeiras do Brasil no ar, foi sem dúvida um dos momentos mais altos deste concerto.
Gadú não deixou escapar os seus êxitos, entre eles destacamos músicas como Trem das Onze, um original de 1964, uma versão de Ne Me Quitte Pas, terminando o concerto com uma música da Banda Eva, Minha pequena Eva.

Por volta das 23 horas, subiu a palco um dos mais completos artistas brasileiros. Ney Matogrosso de olhos pintados, mas longe de lantejoulas e roupas extravagantes, trouxe a Portugal o seu espectáculo chamado Beijo do Bandido.
Ney teve do início até ao fim, a companhia do público em todas as suas canções, interpretando as letras e também em forma de gritos como ‘Que beleza!’ ‘Que delícia!’.
Sempre com as suas poses provocantes em palco, o artista de 70 anos aliou à sua voz tão particular, a já famosa capacidade de interpretação que tem, fazendo dos seus concertos pequenas performances.
Temas como Fascinação, De Cigarro em Cigarro e Bicho de Sete Cabeças figuraram neste espectáculo que durou cerca de uma hora, e que teve direito ao regresso de Ney a palco.

O nome mais esperado da noite começou o concerto logo em grande, com o hit Rebolation. Os Parangolé trouxeram o calor, o ritmo e a alegria do carnaval brasileiro ao Alto da Ajuda.
O público sempre com samba no pé, não parou de dançar, conhecendo todas as letras e respectivas coreografias.
Léo Santana acompanhado de bailarinas irrequietas e de uma banda com muita mão para a percursão, fizeram desta última noite uma verdadeira festa com sotaque brasileiro.
Tchubirabirom, Negro Lindo e Amor, foram algumas das músicas que se ouviram e que fizeram levantar o pó no recinto.
Como estreia em Portugal, os Parangolé não devem ter nada de que se queixar, um público feminino desejoso de ver o vocalista desta banda a cantar e a dançar, um recinto decorado com inúmeras bandeiras do Brasil, muita dança e boa disposição bem à imagem dos ritmos do samba e pagode brasileiro.


O Palco Jogos Santa Casa, teve o prazer de receber os Virgem Suta.
Num concerto bem regado como manda a tradição alentejana, a banda de Beja não deixou que ninguém ficasse fora do seu café, decorado a preceito.
De linhas cruzadas com a actuação dos Expensive Soul, os Virgem Suta conseguiram chamar muita gente ao seu concerto.
Com o tema Tomo Conta Desta Tua Casa e Linhas Cruzadas o público mostrou que conhecia as letras dos Virgem Suta, neste último com a companhia de Manuela Azevedo (Clã) em palco; onde houve tempo ainda para uma canção dos Humanos, A Teia.
Absolutamente, canção original de Carmen Miranda, foi também trazido a palco, juntamente com Ressaca ou Ficou tanto por dizer.
Numa celebração de amigos, os Virgem Suta deixaram subir ao palco alguns membros do público, terminando a actuação com Dança de Balcão, uma forma de brindar ainda mais perto destes amigos à sua música.

Os Ferro Gaita não deixaram o Palco Delta com a festa a meio gás. Com o funaná tipicamente cabo-verdiano, este colectivo deixou nesta edição do festival uma grande actuação.
Com um público ansioso por dançar no compasso dos seus ritmos quentes e acelerados que levantava as bandeiras de Cabo Verde, os Ferro Gaita começaram com o tema Moças de Mangui, seguido de Kintal de Belinha, entre tantas outras músicas que apelavam ao reboliço.
Estava um ambiente impressionante, ninguém estava parado, até quem não era apreciador deste tipo de música, não resistiu a dar um pezinho de dança.

Para fechar as actuações neste palco tivemos o cantor romântico, Matias Damásio por volta das 22.30h.
Numa actuação com cerca de uma hora, e com uma casa bem composta, os ritmos da kizomba deste Angolano e da sua banda satisfizeram as saudades que a comunidade angolana tinha das melodias da sua terra mãe.
Ao falar de amor, Matias Damásio mostrou-se muito perto dos fãs, pedindo até que uma mulher da plateia subisse até ao palco para cantar e dar dois passinhos de dança com ele.
Ouvimos temas como Mulata, A Outra, e homenageou a sua terra natal, cantando Angola.

A fechar a noite, tivemos por volta da uma da manhã, Puto Português no Palco Beck’Stage.
O semba deste jovem de 23 anos encantou o público presente, que não desperdiçou mais uma oportunidade para dançar, desta vez ao ritmo de Kota Seba, Casa da sogra entre outros sucessos desta promessa da música angolana.
Foi sem dúvida um bom fecho da noite, cheio de calor, animado e festivo, como manda todos os anos o espírito tropical deste festival.


Actuações 2 Julho 2011
PALCO DELTA
Expensive Soul
Maria Gadú
Ney Matogrosso
Parangolé

PALCO JOGOS SANTA CASA
Virgem Suta com Manuela Azevedo
Ferro Gaita
Matias Damásio

PALCO BECK'STAGE
Puto Português

REPORTAGEM DELTA TEJO 2011:
1º Dia (1 Julho 2011)
2º Dia (2 Julho 2011)
3º Dia (3 Julho 2011)

PALCO DELTA



PALCO JOGOS SANTA CASA/BECK'STAGE



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VIDEO-REPORTAGEM DOS 3 DIAS DE FESTIVAL



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Fotos: Cátia Santos
Texto: Catarina Rodrigues
Agradecimentos: Música no Coração
Festival: www.deltatejo.com
Local: Alto da Ajuda, Lisboa
Data: 3 Julho 2011 (3º dia do festival)

2 comentários:

Anónimo disse...

Onde podemos ver os vídeos das reportagens feitas?

Tribo da Luz disse...

Caro anónimo, já foi incorporado o vídeo em todos os dias de reportagem do Delta Tejo.

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