Desengane-se quem achava impossível Anti Flag pisar solo nacional. A banda que conta com vinte e três anos de carreira (com uma pausa pelo meio) e nove álbuns editados, trouxe ao palco do TMN ao Vivo todo o poder do punk rock, juntamente com toda a mensagem de revolta contra o sistema, principalmente o americano.
O concerto começou com algum atraso, mas nem assim afectou aqueles que estavam no local, que ora iam convivendo uns com os outros, ora saiam para apanhar ar.
Ao palco subiram os portugueses Fita Cola, já bem conhecidos pelos apaixonados do punk rock.
Apesar da pouca afluência em frente ao palco, a banda mostrou o seu valor, cantando temas como Desafio Principal, Só uma Vez, Esta Viagem entre outras. Mas foi em Outros Dias que o público começou a interagir mais, deixando o vocalista visivelmente contente “Estou a ver que a malta está mais animada. Estamos aqui para animar”.
Um “Conhecem José Cid, o nosso Frank Sinatra?” deu início a um momento divertido com Cai Neve Em Nova York.
A banda portuguesa despediu-se com Sorte deixando o palco a cargo daqueles que o público tanto aguardava.
Anti Flag subiu ao palco, tendo começado logo com uma crítica à imprensa com The Press Corpse e de seguida ao governo, através do tema Turncoat, que Anti Flag faz questão de chamar de “Assassino! Mentiroso! Traidor e Aldrabão”. É certo e conhecido o desagrado da banda pela Guerra do Iraque bem como pelo ex presidente dos Estados Unidos da América, George W Bush e nada melhor que transmitir toda a raiva e revolta através das suas canções.
O público aderiu em grande e teve oportunidade de ver um Chris#2 e um Justin sempre muito comunicativos. E apesar de nunca terem estado com os seus fãs portugueses, a banda mostrou estar informada sobre a situação política de Portugal, demonstrando mais uma vez o seu descontentamento por aqueles que “são ricos e andam a roubar os pobres”.
No meio de pedidos de desculpa por nunca terem estado em Portugal, a banda mostrou o seu orgulho pelo público que estava à sua frente, pois é assim que para eles é o punk rock, uma família, onde mais que roupa, é um estilo de vida.
A noite continuou com temas como Hymn for the Dead, Sodom, Gomorrah, Washington D.C (Sheep In Shepherd`s Clothing) e Cities Burn ouvindo-se em toda a sala um “Woah oh Woah oh” juntamente com braços no ar enquanto outros se entretinham no circle pit. Circle pit, esse que foi uma constante a noite toda, muitas vezes pedido pelo próprio Chris#2. Pelo meio via-se um ou outro que subia para o palco mandando-se para o público, sempre com o consentimento da banda, que permitiu do primeiro momento até ao último o livre acesso a todos os fãs (sempre sobre o olhar atento de todo o staff e seguranças da casa).
“On and on we sing our song for more, for more” foi transmitido através do tema This Is The End (For You My Friend), e nós agradecemos que continuem por muitos e bons anos, e que aquele momento continuasse, pois a noite ainda era uma criança e ainda havia energia para mais.
"We are all human, it's time to prove it” e “It's time that we refuse to fight in any of their wars!” nos temas 911 For Peace e A New Kind Of Army dos álbuns 'Mobilize' (de 2002) e 'A New Kind Of Army' (de 1999) foram algumas das mensagens que se seguiram.
Um concerto que contou com mais de 15 temas, muito circle pit e cabeças que abanavam para a frente e para trás, acabou ao som de Death of a Nation. Mas não pensem que ficámos por aqui, pois o público queria muito mais, gritando em alto e bom som “You've gotta die, gotta die, gotta die for your government? Die for your country? That's shit!”. A banda não ficou indiferente e subiu novamente ao palco do TMN ao Vivo ao som de The Gre(A)t Depression, seguida da aguardada Die for the Government e de um cover da música Should I Stay or Should I Go, daquela que Chris#2 intitulou como a sua banda preferida, The Clash.
Uma sala completamente ao rubro não podia pedir mais da banda, quando foram surpreendidos com o staff a colocar a bateria no meio do público. Um “Are you ready?” deu início àquele que seria o ponto alto da noite, em que o baterista Pat Thetic tocou a música do início ao fim rodeado dos fãs portugueses.
No final a banda ainda deu autógrafos e tirou fotografias com todos os admiradores, sempre com muita simpatia e com a promessa que nunca mais se esquecerão de Portugal.
Assim o desejamos nós e todos os fãs de Anti Flag que tantos anos esperaram por eles.
Alinhamento:
The Press Corpse
Turncoat
Hymn for the Dead Play Video
Sodom, Gomorrah, Washington D.C. (Sheep In Shepherd's Clothing)
Cities Burn
This Is The End (For You My Friend)
911 For Peace
A New Kind Of Army
The Smartest Bomb
Mind the G.A.T.T.
1 Trillion Dollar$
Fuck Police Brutality
The Economy Is Suffering... Let It Die
Underground Network
Death Of A Nation
~ENCORE~
The Gre(A)t Depression
Die for the Government
Should I Stay or Should I Go? (The Clash cover)
Power To The Peaceful
Fotos: José Reboca
Texto: Cátia Santos
Agradecimentos: Xuxa Jurássica
Banda: Anti Flag
Local: TMN ao Vivo, Lisboa
Data: 3 Junho de 2011
Site Oficial da Banda: www.anti-flag.com
1 comentários:
Só achei exagerado o preço dos bilhetes, foi por isso que não foi tanta gente. De resto amei o concerto, obrigado Anti-Flag.
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