[REPORTAGEM]: Adriana Calcanhoto | Casa da Música | 09 de Maio 2011



O mais recente álbum Micróbio do Samba, pela voz de Adriana Calcanhotto invadiu a Casa da Música na passada segunda-feira, dia 9 de Maio. Numa sala esgotada que era abarcada pelas sonoridades oriundas do Brasil, com o seu aroma centrado no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e em Portugal.

E para começar a noite, deu a voz ao nome do tema de estreia Eu Vivo A Sorrir, que faz jus ao nosso país. Num espectáculo intimista, traçado pelos olhares atentos entre a plateia e a autora e compositora deixamo-nos levar pelo samba, segue-se Aquele Plano Para Me Esquecer.
Apesar desta vez, não vermos Adriana transportar em seus braços o violão, ficamos com a sensação que a sua voz detentora de uma amabilidade contemplava a Sala Suggia. Uma das divãs da música popular brasileira, eleva as melodias para outro patamar do samba. Ligeiros toques de partículas transpostos pela electrónica ou por utensílios domésticos guiam o som espalhando-se por aquele espaço, juntamente com o balançar dos corpos transeuntes.

E a sua graça era revelada pelo seu jeitinho peculiar que acarretava no seu corpo, de movimento em movimento, de brincadeira em brincadeira. Tudo girava. Tudo esboçava o testemunho da felicidade que contaminava a plateia, ninguém conseguia ficar indiferente.
Em Esses Moços, a melancolia instala-se com Adriana acompanhada pelo violão, pronunciando uma mistura de samba com pequenas partículas de fado. Mas foi em Pode Se Remoer, que Adriana decide mostrar uma nova faceta das suas melodias, ao ajustar o ganho do violão no amplificador como ponto de viragem. Pega no secador e faz com que as folhas brancas em cima da estante se soltem com o ar, até que uma lhe bate no rosto subtilmente e permanece exercendo o mesmo movimento por instantes.
Talvez não fosse de esperar que naquela noite, o Paulinho da Viola seria recordado com o tema Argumento, numa versão fora de comum, contradizendo a letra da música, com a inexistência “de um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim”.
Ouvem-se os acordes do cavaquinho a declamar Tão Chic, e os confetes que pairam e desmaiam pela atmosfera até ao fim desta, tornam uma imagem gráfica bastante agradável de se admirar.

E como se de uma gueixa se tratasse, Deixa, Gueixa, torna-se num momento expressivo e de acompanhamento vocal masculino conduzido pelos músicos. Em passos de gueixa, Adriana caminha sobre o palco em direcção a uma bandeja que suporta as chávenas do chá, fazendo um ritmo com o batimento da colher na loiça e o reposicionamento da mesma.
No tema Você Disse Não Lembrar, foi a vez da improvisação de um reco-reco através da utilização de um prato de porcelana e de uma faca, simultaneamente com um pedido por parte da cantora para o público acompanhar o compasso através das palmas. Após a apresentação da banda, o final já se antevia, traduzindo-se nas palavras de Adriana Calcanhotto“Boa noite Porto, muito obrigada! Até à minha volta!” –, fazendo ligeiras vénias, seguindo-se uma ovação de pé por parte da plateia.
Porém, Adriana decidiu voltar ao palco para dois encore’s, e foi no último acto que proporcionou ao público que por ali pairava, o miminho através da melodia Vambora, onde os sussurros de bem dizer a letra se instalaram, apesar da timidez latente.

Alinhamento:
Eu Vivo A Sorrir
Aquele Plano Para Me Esquecer
Dos Prazeres
Mais Perfumado
Já Reparô?
Vai Saber?
Vem Ver
Beijo Sem
Esses Moços
Pode Se Remoer
Argumento
Tão Chic
Deixa, Gueixa
Te Convidei Pro Samba
Você Disse Não Lembrar
Tá Na Minha Hora
Vambora


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Fotos: Carina Guilherme
Texto: Maria Manuel
Agradecimentos: Assessoria de Imprensa do espectáculo
Cantora: Adriana Calcanhoto
Local: Casa da Música, Porto
Data: 9 Maio de 2011
Site Oficial da Cantora: www.adrianacalcanhotto.com

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