A Tribo da Luz esteve à conversa com Manuel Cruz dos Foge Foge Bandido, depois do seu concerto no dia 2 de Abril no Teatro Municipal de Portimão.
Tribo da Luz - Como correu o espectáculo de ontem e o de hoje aqui no Tempo?
Manuel Cruz - O pessoal não sei se curtiu mais o de Faro mas eu acabei por curtir mais o de hoje aqui em Portimão porque estávamos um pouco mais confortáveis com o som e deu para usufruir dos pequenos detalhes de outra maneira, mas estas coisas são tão abstractas que muitas vezes não nos corre muito bem e o público adora e às vezes nós achamos que foi demais e o pessoal não partilha da mesma opinião, mas hoje curti bastante.
Tribo da Luz - Como sentiste a presença do público hoje?
Manuel Cruz - Achei-o bastante interactivo, e fez toda a diferença.
TL - Chegaste a afirmar que tocar numa banda representa um compromisso e para fazer exactamente aquilo que queres tens de sofrer o tempo todo. Foge Foge Bandido representa de alguma forma um compromisso contigo próprio?
Manuel Cruz - Sim acaba por ser um compromisso onde só tenho de discutir comigo próprio, senti que devia mudar e assim foi num projecto em que estou a fazer aquilo que quero, com espaço para fazer outras coisas, mas onde também consigo tirar partido do facto de estar numa banda onde a ansiedade para colocar as tuas ideias à frente das dos outros foi inexistente.
TL - De todas as bandas/projectos de que fizeste/fazes parte podemos dizer que ainda está para vir aquela com que te identifiques em pleno? É essa busca de identidade que te faz mover?
Manuel Cruz - Acho que de alguma maneira fui sempre me identificando com todos os momentos, no entanto gosto de acreditar que sim, que ainda vou encontrar algo, mas acima de tudo são os processos criativos da interacção com as pessoas, das situações que daí se proporcionam e que de certa forma tornam os momentos mágicos.
TL - Porquê um fim, com apenas um álbum editado? Nunca pensaste em editar mais trabalhos depois de O Amor dá-me tesão/Não fui eu que estraguei?
Manuel Cruz - Trata-se de um disco e um livro que surgiram não num processo normal de uma banda, mas apenas de uma bricolage de momentos e ideias, gosto de partir do zero, agrada-me o facto da mudança de projecto implicar uma mudança de nome e de certa forma liberto-me do estigma criado em torno de uma identidade.
TL - Garantidamente o Bandido vai parar de fugir?
Manuel Cruz - Sim vai parar à cadeira eléctrica... risos
TL - Como é ser constantemente identificado como parte dos Ornatos Violeta?
Manuel Cruz - Não é algo que procuro que aconteça mas vejo como algo de bom, considero que cada um continua a ser válido fora disso e não vou tentar competir com o fenómeno até porque não tem a ver só com a música, vivo bem com o passado e saber que não há nada que vá superar o nível alcançado naquele momento é muito bom.
TL - Conta-nos um pouco sobre o teu processo criativo? Onde vais buscar inspiração?
Manuel Cruz - Aquilo que me inspira mais é o próprio som, posso até mesmo sentir vontade de escrever motivado por um momento de revolta que pontualmente possa surgir mas brincar com os instrumentos é sem dúvida das maiores inspirações que pode haver.
TL - Qual o balanço que fazes, desde a divulgação à colocação em prática desde projecto que agora termina?
Manuel Cruz - Desde início que procurei adoptar processos simples que não fossem desproporcionados e que de certa forma se adequassem à estrutura do meu dia à dia, o trabalho esteve à venda nos concertos, no site e foi evoluindo a seu ritmo sem pressões.
TL - Quando teremos novidades?
Manuel Cruz - Supernada acabamos de gravar um disco, estamos na parte das misturas, não sei ainda se vamos tocar ao vivo ou não e é de uma demência total uma banda que já não existe acabar de gravar um disco agora, por isso não sei como vai ser.
Para ser sincero agora apetece-me desenhar.
[Entrevista]: Foge Foge Bandido
1 comentários:
um DOS MAIORES musicos de Portugal sem duvida nenhuma !!!!
Ganda Manel força !!!
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