Rodrigo Leão | Coliseu dos Recreios | 05 Fevereiro 2011

Rodrigo Leão regressou ao Coliseu de Lisboa no sábado, exactamente três meses depois, para lá encontrar, mais uma vez, uma sala quase esgotada por um público rendido. O pretexto foi o mesmo: A reedição de Ave Mundi Luminar, o primeiro álbum de Rodrigo Leão a solo ainda antes de abandonar os Madredeus.

Foi com este trabalho que o artista encheu a primeira parte do concerto de sábado à noite, acompanhado de um vasto painel de músicos e instrumentos. Fixos, estiveram o acordeão, dois violinos, a trompa, o contrabaixo e o violoncelo, a quem se juntaram a cantora liríca Ângela Silva e o coro da Escola Superior de Música dirigido pelo maestro Paulo Lourenço (“um amigo”, como Rodrigo Leão lhe chamou).

Juntaram-se ainda a bateria e o baixo que, apesar de maior protagonismo na segunda parte do espectáculo, proporcionaram, num dos temas de Ave Mundi Luminar, um momento de multidisciplinariedade e de cruzamento de escolas musicais que só o “maestro” Rodrigo Leão conseguiria criar.

A vertente mais pop do músico português veio na segunda parte do espectáculo, depois de um curto intervalo ao fim de 45 minutos de concerto. A voz de Ana Vieira (que canta em português, espanhol e fracês) juntou-se ao palco, novamente reduzido ao painel de músicos fixos, para revisitar, entre outros, alguns temas de Cinema e até uma canção dos Madredeus que surge já no encore. Alfama animou o Coliseu de Lisboa, agora cantado por Celina da Piedade, até então a recatada acordenonista que se sentava ao lado de Rodrigo Leão em cima do palco.

Houve ainda espaço para um segundo encore, muito aplaudido, onde, novamente, todos os músicos voltam a conviver sobre a tutela de Rodrigo Leão, esse homem discreto e sempre vestido de preto, que, do seu orgão, comanda um espectáculo que não é mais que uma viagem pelo mundo.

Passa pela música lírica – quase religiosa -, para depois nos levar a melodias espanholas, à música francesa e aos ritmos do tango argentino e da festa cigana dos balcãs. Tudo organizado com o rigor e detalhe da música clássica ou de câmara, cruzando a razão com o coração, a densidade com o festivo ou a religião com o desejo.


Alinhamento:
Movimento
Ruas
Espiral II
Imortal
Nulla Vita
Ascenção
Victorial
In Memoriam
1939
Carpe Diem
Dragão
Ave Mundi
As Ilhas dos Açores
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A Corda
No Sé Nada
Canciones Negras
A Estrada
A Comédia de Deus
Vida Tão Estranha
Solitude
La Fête
Alfama
Pasión
Ya Skaju Tebe

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Fotos: Hugo Amaral
Texto: Ana Baptista
Agradecimentos: UGURU
Artista: Rodrigo Leão
Local: Coliseu dos Recreios, Lisboa.
Data: 5 Fevereiro 2011
Site Oficial do Artista: www.rodrigoleao.pt