[REPORTAGEM]: Optimus Alive (3º Dia) | Passeio Marítimo de Algés | 8 Julho 2011



Este terceiro dia de Optimus Alive ficou marcado por alguns contratempos que certamente ficarão guardados na memória de quem lá esteve e os presenciou na primeira pessoa.
No entanto e porque o dia começou como deveria ter começado, às 17h00 foi a vez dos jovens Massay abrir as hostes do terceiro dia de festival.
A banda brasileira confessou que foi a primeira vez, desde a sua formação em 2006 que saíram do seu país e que estavam muito contentes e honrados por cantar numa cidade tão bonita como Lisboa.
Allan Lima, o vocalista mostrou-se bastante energético e comunicativo do início ao fim da sua actuação. Um ”Quero ver todo o mundo comigo!” foi pedido, mas o público, que ainda era pouco, não se mostrou muito participativo.
No entanto no tema Vagalume, os portugueses mostraram que são um povo hospitaleiro e bastante simpático, batendo palmas a pedido de Allan.
Uma actuação curta, até porque, a banda conta apenas com um EP de cinco músicas, mas que conseguiu mesmo assim cativar quem já se encontrava no recinto.

Às 18h00 foi a vez de subir ao Palco Super Bock os britânicos Friendly Fires com o seu disco house para nos apresentar o mais recente trabalho Pala.
Lovesick fez-se ouvir e mesmo sem querer, o nosso pé começou a bater ao som da batida desta música. O próprio Ed Macfarland entrou no clima festivo e desceu até ao fosso, tendo ultrapassado mesmo a barreira que o separava do público.
A actuação continuou com temas com o Jump Into the Pool e Blue Cassette do recente álbum, sempre acompanhados pelo abanar de cintura do próprio vocalista que não parou um segundo, mesmo com o calor que se fazia sentir.

E foi depois de Friendly Fires, ao nos dirigirmos para o Palco Optimus para assistir à actuação dos portugueses Klepht nos deparámos com um atraso bastante significativo, nada típico deste tipo de festivais. Uma hora passou, duas, três e a banda não subiu ao palco. Daí começaram rumores que atingiram proporções significativas. Uns diziam que o palco ia cair, outros diziam que a banda x ou y ainda não tinha chegado, outros diziam que todos os concertos iam ser cancelados. Convenhamos que, toda esta espera fez alguns fãs, principalmente os de 30 Seconds to Mars desesperarem.
Para nós, restou-nos acompanhar o Palco Super Bock que às 19h10 contou com a presença dos australianos Angus & Julia Stone, que, devido aos problemas do palco principal, puderam contar com uma assistência bastante agradável. O recinto encontrava-se completamente cheio para receber os dois irmãos.
”Olá, tudo bem? É a primeira vez que estamos em Portugal” confessou-nos Angus.
Com um ar delicado e com dois tótos no cabelo, Julia, acompanhada pelo seu irmão, presentearam-nos com temas bastante folk, quase numa versão acústica. And the Boys, Hold On e Black Crow foram alguns que por aquele palco passaram.

Ainda com os problemas técnicos longe de serem resolvidos, foi a fez de receber também no Palco Super Bock os Fleet Foxes directamente vindos de Seattle (EUA). Depois de alguns problemas técnicos, neste caso com o som, lá subiram ao palco dizendo “All Right, hello!! Wassup!!”. Um ”Estamos muito contentes por estar aqui em Portugal” deu início ao espectáculo que começou com Grown Ocean, seguindo-se temas como Mykonos , Drops in the River, Your Protector e White Winter Hymnal acabando a sua actuação com Helplessness Blues. A banda liderada por Robin Pecknold que contava apenas com um álbum homónimo, lançou este ano o mais recente trabalho, Helplessness Blues e estreou-se em grande em Portugal, mais não fosse, por ter uma audiência bem composta, devido aos problemas que aconteceram no Palco Optimus.
Entretanto já corria o boato (que não era boato) que no Palco Optimus só iriam actuar os 30 Seconds to Mars e os The Chemical Brothres, tendo o dia perdido as actuações dos Klepth, The Pretty Reckless e dos You Me At Six.
A notícia não era animadora, no entanto, conseguiu acalmar os fãs de 30 Seconds to Mars que tal como uma fã tinha dito anteriormente à Tribo da Luz, “Só estamos aqui por causa de 30 Seconds to Mars e caso não os víssemos, temos que reclamar com a organização.”.
Não foi preciso reclamar com a organização, pois mesmo ainda a tratar dos problemas técnicos, era garantida a presença da banda que faz delirar os jovens (pelo menos, aqueles que dormiram à porta do recinto no dia anterior).

Mas como os festivais, felizmente, não se fazem só de um palco, continuámos instalados no Palco Super Bock, onde às 22h15 subiram os Grinderman liderados pelo famoso Nick Cave. Apesar de terem editado o seu primeiro trabalho homónimo em 2007, foi nesta edição do Optimus Alive que os Grinderman se estrearam em Portugal.
Também eles com uma assistência bastante bem composta, e podemos dizer que, não se deve ao facto da falta de som vindo do palco principal, mas sim porque os fãs estavam desejosos para ver a actuação de Nick que é um animal de palco.
Ainda antes de cantar o segundo tema, desce o palco e vai a um fã buscar um desenho que provavelmente o próprio fã desenhou para lhes entregar. Colocou no tripé do microfone e continuou com a sua actuação ao som de Worm Tamer. ”Oh, thank you!” agradece depois de todos os aplausos que recebeu.
Seguiram-se bastantes outros temas que animaram o público, que, apesar dos atrasos já sabidos, continuava a curtir ao som do Palco Super Bock e do palco Optimus Clubbing.
When My Baby Comes, Kitchenette, No Pussy Blues, sempre pausados com conversas entre o músico e o público, onde não poderia faltar as famosas asneiras que o povo tanto gosta e tanto aplaude.

Também no Optimus Clubbing se fazia a festa, mas com uma sonoridade completamente diferente. Centenas de pessoas se encontravam dentro da tenda, com braços no ar e aos saltos. Quem visse de fora não conseguia prender a curiosidade e teve que lá dar um pulinho para curtir o som. Nomes como Atari Teenage Riot e Steve Aoki conseguiram tornar o Optimus Alive numa discoteca gigante.

Finalmente, depois de vários pedidos para os fãs cooperarem com os seguranças e com os técnicos que se encontravam a resolver o problema do palco, os tão aguardados 30 Seconds to Mars subiram ao palco, passavam vinte e sete minutos da meia noite (uma hora e meia de atraso).
Jared Leto surgiu e a histeria foi enorme. Vestido com uma capa com padrão de vaca, cabelo com gel (não o vimos de cabelo solto como é habitual) e óculos escuros, Jared e o resto da banda começaram o espectáculo ao som de Kings and Queens.
Seguiu-se “Beautiful Lie” com vários pedidos de “jump, jump, jump”. O cantor não parou de puxar pelo público português que prontamente gritava, cantava, e pulava como se não houvesse amanhã. Mesmo depois de tanto tempo de espera, a energia era contagiante.
Attack e Search and Destroy seguiram-se e Jared confessou que o trabalho dele é fazer o público aproveitar ao máximo todos os concertos, não parando de se meter com o público que gritava, ora do lado esquerdo, ora do lado direito do palco. Depois de mais um ”jump, jump”, gritou ”STOP STOP! What the fuck is wrong with you?”. O publico percebeu, Jared queria ainda mais energia.
Pela primeira vez desceu para perto do público pedindo a uma fã os seus óculos vermelhos em forma de coração, que prontamente colocou na cara, gerando vários risos por todo o recinto.
Seguiu-se This is War, tendo despedido a capa, para delírio de todos os fãs (principalmente as fãs femininas).
”Quantas pessoas viram 30 Seconds to Mars pela primeira vez? Quem viu anteriormente? Bem vindos à família 30 Seconds to Mars” e agradeceu a todos pela paciência e por terem esperado tanto tempo para os ver.
Numa versão mais acústica, apenas com a sua guitarra e as vozes do público, cantou Hurricane e The Kill.
Depois de ter estado no fosso junto dos fãs, perguntou quem era o maior fã de 30 Seconds to Mars e três rapazes subiram ao palco, tendo gabado a crista de um dele, quando outro lhe diz algo ao ouvido e Jared grita ”Eu amo-vos. Vocês são loucos!”.
Devido aos problemas no palco a banda apenas conseguiu apresentar nove temas, acabando a noite enrolado numa bandeira de Portugal, ao som de Closer to the Edge acompanhado por uma chuva de confetis brancos.

Enquanto os fãs de 30 Seconds to Mars abandonavam o recinto segurando cartazes gigante, foi a vez de fechar a noite do Palco Optimus às 2h15 com os irmãos Tom Rowlands e Ed Simons, mais conhecidos por TheChemical Brothers.
Estes que são os grandes embaixadores da música electrónica do Reino Unido, surgiram em palco por detrás de um enorme aparato de instrumentos, colunas, e todos os outros aparelhos indispensáveis para a sua actuação. Mal conseguimos ver as duas caras por detrás da imensidão de luzes, mas o importante era o espectáculo e isso, eles deram na perfeição, como já é habitual.
Uma manga de luzes verdes, raios laser, imagens gigantes de palhaços, foram algumas das ilustrações da noite que contou com os famosos temas Hey Boy, Hey Girl e Do It Again.

Por incrível que pareça, ainda se viam pessoas nas bilheteiras e outros quantos a perguntar se ainda havia animação no recinto. Esta noite de sexta-feira tornou o recinto do Optimus Alive numa autêtica discoteca, onde no Palco Optimus estavam a actuar os The Chemical Brothers, no Optimus Clubbing o Steve Aoki e no Palco Super Bock os Digitalism. Pior era conseguir escolher qual deles assistir, mas nada que uma corridinha de um palco para o outro não ajudasse.
Mesmo com todos os contratempos e o cancelamento de algumas bandas, podemos dizer que não faltou animação durante todo o dia.



Actuações 8 Julho 2011
PALCO OPTIMUS
The Chemical Brothers
30 Seconds to Mars
You Me At Six (cancelado)
The Pretty Reckless (cancelado)
Klepth (cancelado)

PALCO SUPER BOCK
Digitalism
Slimmy
Thievery Corporation
Grinderman
Fleet Foxes
Angus & Julia Stone
Friendly Fires
Massay

PALCO OPTIMUS CLUBBING
Steve Aoki
Afrojack
Uffie (Live)
Sidney Samson
Atari Teenage Riot (Live)
Congorock
Rob Roy (Live)
AutoErotique
Motor (Live)
Mustard Pimp
Tai
Scanners (Live)
New Ivory (Live)


REPORTAGEM OPTIMUS ALIVE 2011:
1º Dia (6 Julho 2011)
2º Dia (7 Julho 2011)
3º Dia (8 Julho 2011)
4º Dia (9 Julho 2011)

PALCO OPTIMUS



PALCO SUPER BOCK



PALCO OPTIMUS CLUBBING



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Por restrição por parte da banda, não nos foi possível fotografar o concerto 30 Seconds to Mars.


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Fotos: José Reboca
Texto: Cátia Santos
Agradecimentos: Everything Is New
Festival: www.optimusalive.com
Local: Passeio Marítimo de Algés, Lisboa
Data: 8 Julho 2011 (3º dia do festival)

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