[REPORTAGEM]: Delta Tejo (1º Dia) | Alto da Ajuda | 1 Julho 2011



Se as temperaturas do primeiro fim-de-semana de Julho eram altas, a festa que se fez no Alto da Ajuda, em Lisboa, também fez aumentar e muito o calor na capital.
A 5ª Edição do Delta Tejo, arrancou dia 1 de Julho, e a Tribo da Luz esteve por lá para te dar a conhecer todos os pormenores deste Festival com cheiro a café.

No primeiro dia com GNR, Yuri da Cunha, Nouvelle Vague , Sean Paul entre muitos outros nomes, o recinto no Alto da Ajuda em Lisboa, encheu-se de gente que gosta de ouvir bons ritmos quentes.

A fusão entre os sopros e cordas da Banda Sinfónica da GNR e as linhas de rock dos GNR, abriram o Palco Delta para uma comemoração importante, assinalando os 30 anos de carreira da banda da cidade Invicta.
O palco encheu-se de fardas, e não demorou muito até que se fizesse ouvir a sinfonia da Banda Sinfónica da GNR, brindando o público com um conjunto de músicas que fez com que o público se fosse aproximando, para ouvir esta forte parceria.
Reininho, Machado e Romão entram em palco e foram muito acarinhados pelo público, recebidos com bastantes palmas, ouvindo-se entre a plateia ‘Reininho Amo-te’.
Para uma plateia com saudades de ver os GNR, eles abrem a sua actuação com Popless, seguido do tema Morte ao Sol.
A energia de Rui Reininho chegou ao público, que compôs uma plateia considerável para ver uma das grandes bandas nacionais.
Agradeceram o amor do público durante estes 30 anos, seguindo esse reconhecimento com o tema Pronúncia do Norte que toda a gente fez questão de cantar, entre outras músicas como Mais Vale Nunca, Dunas e Asas Servem Para Voar.
Com a plateia visivelmente contente com esta actuação, os GNR despediram-se do Alto da Ajuda com o tema Quero Que Vá Tudo P'ró Inferno, incluído no albúm ContinuAcção - O Melhor dos GNR.

Seguiram-se os Nouvelle Vague, o segundo nome nesta primeira noite de Festival, subindo ao palco um pouco depois das 21.30h. A pop electrónica trazida por este colectivo adapta êxitos dos anos 80, aos ritmos da bossa nova, e nesta edição especial do Delta Tejo, os Nouvelle Vague também trouxeram um concerto especial, um concerto ‘em português’.
Convidaram intérpretes portugueses, que deram voz a temas nacionais, entre eles está Rui Pregal da Cunha, ex membro dos Heróis do Mar, Teresa Lopes Alves e as actrizes Dalila Carmo e Inês Castel-Branco.
Com uma recepção enérgica do público, fizeram-se ouvir temas mais antigos da música portuguesa, destacando o toque reggae dado por Rui Pregal da Cunhaz no hino ao verão, Sol da Caparica, um original dos Peste & Sida.
Os Nouvelle Vague deram-nos ainda um dos seus mais famosos temas, Dance With Me, que o público fez questão de acompanhar, mostrando uma empatia muito grande com a banda. Uma sintonia que é recíproca e que se nota sempre que a banda visita o nosso país.

Com salas esgotadas, um dos nomes mais cobiçados da música africana, Yuri da Cunha, subiu a palco por volta das 22.45h, e levou ao delírio as muitas pessoas que esperavam por ele. Com as danças típicas de África, as suas bailarinas não pararam de dançar, abanar a anca, chegando uma delas a dançar junto do público.
Quando a festa não poderia estar melhor, Yuri da Cunha chamou Big Nelo ao palco, e ninguém falhou o ritmo, e o artista revelou-se contente com a recepção calorosa do público, nunca deixando de interagir com ele, talvez por isso tenha tratado desde o início até ao fim a plateia como irmãos.
Durante o concerto, Yuri da Cunha apelou à solidariedade, nomeadamente à causa defendida pela Fundação Gil, que estava presente no Festival.
Para fechar em grande, tivemos Kuma Kwa Kié, que introduziu a despedida deste furacão angolano com um 'Até Breve'.

A fechar a noite, o esperado Sean Paul foi o último nome a subir ao Palco Delta, e tinha à sua espera uma multidão feminina ansiosa. Começou com o famoso tema Get Busy, que despertou ainda mais os fãs para a sua actuação sempre bem compassada.
Fez-nos recordar músicas como Baby Boy, Gimme The Light, e o público não vacilou na altura de cantar com o jamaicano. I'm Still in Love with You, Temperature e We Be Burning foram mais um dos temas trazidos ao Palco Delta pela voz e energia característica de Sean Paul, que não desiludiu o público que o ansiava ver nos palcos portugueses.
A sua actuação durou madrugada dentro, terminando com um agradecimento em Português, deixando a plateia satisfeita e com as saudades em dia, dos temas reggae de Sean Paul.

Mas ainda no começo da noite, Paulo Praça teve a honra de abrir o Palco Jogos Santa Casa, e foi o primeiro artista a tocar no Festival Delta Tejo 2011.
Por volta das 20 horas, ainda com o recinto a meio gás, Paulo Praça dava as boas vindas a quem ia entrando no recinto, e acabava por parar neste palco para conhecer mais um pouco o projecto deste artista, a solo.
Com o público sentado, com o sol a começar a esconder-se, Paulo Praça começou por cantar Patrícia, seguindo-se o tema Fatalidade, e entre muitos outros temas do seu disco de estreia – Disco de Cabeceira, apresentou Telepatia, original de Lara Li, numa versão adaptada pelo cantor.
Paulo Praça fez jus ao seu tema, e deu tudo o que tinha para dar, percorreu o palco com muita energia e conseguiu aquecer o público do Delta Tejo; terminando este concerto com o tema Ladainha.

O Angolano Maya Cool teve uma audiência ansiosa para dançar ao ritmo dos seus temas, as suas combinações entre kizomba e semba juntaram um grande número de pessoas que não pararam de sentir estes ritmos quentes no corpo.
Começando por volta das 21.15h, Maya Cool entrou em palco acompanhado de 5 dançarinos, começando por cantar o tema Sereia – Sahamy, seguido de Makagrande.
Logo no início, Maya Cool recebeu do público, um cachecol de Angola que usou com grande orgulho, enquanto cantava as suas raízes para um público multicultural.
As bandeiras Angolanas e os cachecóis foram uma presença constante entre o público deste artista angolano, muito desejado nos palcos portugueses.
O ambiente estava muito quente e bem ritmado, bem à imagem de um povo quente. Dizendo que só falava Pretoguês, Maya Cool homenageou os seus ‘manos’ portugueses, cantando temas populares portugueses acompanhados por ritmos africanos, entre eles está o clássico, Quero Cheirar Teu Bacalhau, de Quim Barreiros.
Podemos dizer que neste concerto em nenhum momento, houveram pessoas que perderam o compasso dos ritmos do cantor angolano.

O projecto Zeca Sempre foi o terceiro nome do Palco Jogos Santa Casa, com uma audiência curiosa para ouvir a nova sonoridade, dada por este colectivo aos temas emblemáticos de José Afonso.
Curiosidade que ficou concretizada assim que o tema Venham Mais Cinco começou a tocar, e o público aderiu em peso à melodia trazida a palco por Olavo Bilac, Nuno Guerreiro, Tozé Santos. Com um orgulho visível a cantarem Zeca Afonso, Os Índios da Meia Praia, fizeram o público levantar os braços e cantar com emoção e recordar com saudade os temas desta referência nacional.
Por volta das 23.50h encerraram a sua actuação, com Grândola Vila Morena, sem acompanhamento da banda, apenas com a participação do público e dos vocalistas, e foi um momento emocionante pela forma como esta emblemática letra se fez ouvir em uníssono.

Seguiram-se os Amor Electro, que foram o último nome a subir a este palco, abrindo o concerto com a música Bem-Vindo ao Passado dos GNR, seguindo-se pelo tema Estrela da Tarde, e logo depois o tema que fez arrancar este projecto, A Máquina, onde o público mostrou que sabia de cor a letra deste tema tão ouvido nas rádios nacionais.
Ao longo do concerto, Marisa Pinto manteve sempre uma interpretação muito intensa, emocionada e fez-se sempre acompanhar pela voz do público que deu a este concerto um ambiente acolhedor.
Ouviram-se temas como Barco Negro, Capitão Romance, entre outros temas do álbum de estreia desta banda.
Os Amor Electro conseguiram sem dúvida fazer cair o Carmo e a Trindade, conseguindo arrancar comentários muito positivos entre os espectadores sobre a sua actuação.

Para encerrar a primeira noite de festival, subiu ao palco Beck’Stage Pete Tha Zouk com Pedro Cazanova. Pela madrugada dentro, esta dupla conseguiu concentrar junto ao palco Beck’Stage uma grande multidão, que não se mostrou cansada nem desanimada depois de uma noite de concertos, muito pelo contrário. Assim que entraram e gritaram ‘Quero ouvir barulho’, o público ficou ao rubro e não pararam de dançar ao som destes dois conceituados nomes da música electrónica portuguesa.
Ouviu-se um pouco de tudo, desde toques de Nirvana, ao hit deste verão One (Your Name), passando por Kings of Leon, e os temas de Pete Tha Zouk, destacando I’m Back Again, onde o público não parou de cantar, sempre com os telemóveis no ar.
Foi sem dúvida a melhor maneira de encerrar esta noite quente do Festival, e também um eficaz começo para os próximos dois dias deste festival multicultural.

Actuações 1 Julho 2011
PALCO DELTA
Sean Paul
Yuri da Cunha
Nouvelle Vague
GNR + Banca Sinfónica da GNR

PALCO JOGOS SANTA CASA
Amor Electro
Zeca Sempre
Maya Cool
Paulo Praça

PALCO BECK'STAGE
Pete Tha Zouk & Pedro Cazanova

REPORTAGEM DELTA TEJO 2011:
1º Dia (1 Julho 2011)
2º Dia (2 Julho 2011)
3º Dia (3 Julho 2011)

PALCO DELTA



PALCO JOGOS SANTA CASA/BECK'STAGE


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VIDEO-REPORTAGEM DOS 3 DIAS DE FESTIVAL



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Fotos: Cátia Santos
Texto: Catarina Rodrigues
Agradecimentos: Música no Coração
Festival: www.deltatejo.com
Local: Alto da Ajuda, Lisboa
Data: 1 Julho 2011 (1º dia do festival)

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