[REPORTAGEM]: Charles Bradley & The Budos Band | CoolJazzFest | 17 Julho 2011



O batuque das baquetas deu início a um espectáculo com um palco lotado de músicos: trompete, xequerê, piano, conga, saxofone, guitarra, entre outros, encheram o palco deste dia de CoolJazzFest, no Parque Marechal Carmona.
Enquanto o teclista dava os últimos “bafinhos” no seu cigarro, The Budos Band tocava temas atrás de temas, nunca se fazendo acompanhar pela voz, não fossem eles uma banda de jazz instrumental.
Mesmo com o recinto a meio gás e com várias cadeiras vazias, alguns aproveitaram para ficar de pé e dançar um bocadinho ao som da música – o frio que se fazia sentir, pedia isso mesmo - não dava para ficar parado quando se está de calções e chinelos.
No fim do terceiro tema, Jared Tankel - o saxofonista - grita “CASCAIS” continuando por dizer “nós somos The Budos Band, somos de Nova Iorque e é a nossa primeira vez em Portugal. Querem dançar?”. Se antes as cadeiras ganhavam para a relva, foi a vez do público se levantar e formar um pequeno grupo de “dançarinos” que se instalaram do lado direito do parque (será que foi o ”vamos dançar” da banda ou o frio que os chamou?).
Em Blank Checks, esses mesmos fãs dançantes decidiram deslocar-se para a frente do palco e mostrar os seus dotes à banda, que reagiu logo ao carinho, lançando os braços para o ar como que em sinal de agradecimento. ”Sim sim, assim estamos a falar de pessoas que fazem a festa” disse Jared Tankel.
As bandeiras do hipódromo ali ao lado faziam um som estrondoso, a barraquinha da EDP que oferecia gelados estava sem clientes e nós continuávamos a tremer de frio. Dançar e bater palmas era realmente o melhor a fazer.
Os instrumentos eram muitos, mas nenhum deles dispensável, pois assim que um parava, dávamos logo pela sua falta, fazendo de cada tema uma junção harmoniosa de sons completamente diferentes.
Mais uma vez bateram um minuto de prosa com o público dizendo que estavam muito contentes por estar ”neste maravilhoso pais” e ao fim do oitavo tema a banda pede palmas e todos aderiram, como tinham feito até então.
Quem estava sentado aí continuou mas tão pouco deixou de aplaudir o final deste espectáculo, despedindo-se assim dos de The Budos Band com um “até já”.

Não foi uma despedida por muito tempo, porque de seguida entraram de novo começando o concerto de Charles Bradley ao som de dois temas instrumentais.
“Senhores e senhoras, juntem as mãos e dêem as boas vindas ao Senhor Charles Bradley, foi assim que foi anunciado, entrando no palco vestido com um fato branco e dourado em todo o seu esplendor e simpatia. Começou com o tema Heartaches And Pain onde conta a dor que foi acordar numa manhã e saber que o seu irmão tinha morrido, vitima de assassinato. Depois de um tema tão forte e sentido, seguiu-se No Time for Dreaming , sempre acompanhado por um jogo de cintura e por uma enorme simpatia, não parando um segundo de rir e de fazer rir todos quanto ali estavam a assistir ao seu espectáculo.
Lovin’ You, Baby trouxe-nos um ambiente mais calmo e romântico, onde os casais aproveitaram o embalo para trocar beijos e abraços. ”Obrigado! Obrigado! Oiçam irmãos e irmãs eu amo-vos”, disse-nos. E pela reacção do lado de cá, também os portugueses o amam.
The World (Is Going Up In Flames) seguiu-se de How Long com direito a um ”ouuu”da parte do público quando o cantor tirou o seu casaco. Ainda neste tema pediu aos músicos para fazerem um solo ”vamos lá irmão, toca!”, nunca esquecendo o seu espectáculo de dança, quase que diríamos de ginasta – não tivesse a sua quase espargata gerado gargalhadas até aos músicos que o acompanhavam.
Ainda houve tempo para descer o palco e conviver com o público durante mais um tema instrumental. O público aplaudia, gritava, abraçava o cantor e aproveitava para tirar fotografias.
Subiu de novo ao palco depois de ser novamente apresentado ao microfone, para cantar o tema In You (I Found a Love).
Um pedido especial foi feito: muita atenção para a letra do tema que se seguia. Toda ela conta um pouco daquilo que é a sua vida e aquilo pelo que Charles Bradley já passou. Neste Why is it so Hard, canta-nos o quanto é difícil viver nos Estados Unidos da América e das lutas económicas que existem naquele país em busca do sonho americano.
Seguiu-se Golden Rule e ainda os músicos tocavam, Charles saiu do palco, quase sem nos apercebermos.
Uns deixavam o recinto e outros convictos que haveria um encore, continuavam a bater palmas e a chamar pelo cantor, mas foi em vão. O espectáculo ficou-se por ali e só nos restava abandonar o Parque Marechal Carmona com o sentimento que tínhamos assistido a uma brilhante espectáculo.

Alinhamento:
Instrumental
Instrumental
Heartaches And Pain
No Time for Dreaming
Lovin’ You, Baby
The World (Is Going Up In Flames)
How Long
Instrumental
In You (I Found a Love)
Why is it so Hard
Golden Rule



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Fotos: José Reboca
Texto: Cátia Santos
Agradecimentos: Assessoria de Imprensa e Música no Coração
Festival: Cascais CoolJazzFest
Local: Parque Marechal Carmona
Data: 17 Julho de 2011

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