[NOTÍCIAS]: SYRACUSE EAR NO TEATRO MARIA MATOS



As grandes aventuras são aquelas onde o risco e o desafio estão sempre presentes, criando uma saudável coabitação com a aceitação do erro e do falhanço. A admiração e amizade são, por exemplo, bons fermentos criativos para o sucesso dessa aventura. Margarida Garcia, David Maranha e Manuel Mota partilham discos e concertos como Curia, na companhia de Afonso Simões, e comungam com Chris Corsano uma proximidade de longa data, feita de experiências em palco — Mota já tocou com o genial baterista norte-americano algumas vezes, em duo e com outras formações —, encontros e conversas fora dele. Há uma relação de apreço comum que sempre os fez desejarem trocar ideias como um colectivo coeso e blindado, assumidamente distante do regime aberto da improvisação que todos tão igualmente dominam. O plano mestre, elaborado desde finais de 2010, inclui uma forte atracção p elo rock, mas muitas condições foram deixadas deliberadamente em aberto para que a energia colectiva também produza resultados inesperados. Esta qualidade emerge pela capacidade de diálogo de todos os músicos, desvendando-se talvez porque Syracuse Ear possa ter sido o nome escolhido para o quarteto — é esse jogo de perguntas e respostas, como uma câmara de ecos, que melhor pode definir a dinâmica deste projecto pan-atlântico que se estreia neste dia.

Margarida Garcia nasceu em 1977, em Lisboa. É contrabaixista com actividade pública desde 1997. Entre os colaboradores mais recentes contam-se Loren Connors, Marcia Bassett, Helena Espvall, Manuel Mota, David Maranha, Gabriel Ferrandini e Barry Weisblat. Trabalhou também com Eddie Prévost, John Tilbury, Nöel Akchoté, Matt Valentine, Erica Elder, David Keenan, Alex Neilson, Mattin, Otomo Yoshihide e Oren Ambarchi.

Chris Corsano ganhou reputação como um dos bateristas mais trabalhadores e desafiantes da cena. Igualmente à-vontade com explosões intensas de energia cinética ou com abordagens near silent, o trabalho de Corsano flui sem esforço de uma ideia para a próxima, sempre em sintonia com outros músicos. Em estúdio e ao vivo já tocou com músicos como Paul Flaherty, Thurston Moore, Jessica Rylan, Jim O’Rourke, Matt Heyner, Mick Flower, Nels Cline, Jandek, Greg Kelly, Daniel Carter, Six Organs of Admittance, Evan Parker, Sunburned Hand Of M an, Okkyung Lee, Wally Shoup, MV&EE, Keiji Haino, Dredd Foole, Vampire Belt, Joe McPhee, Carlos Giffoni, Akira Sakata, Christina Carter e Heather Leigh Murray.

Nascido em 1969, David Maranha inaugurou o seu percurso musical em 1986 tanto a solo como nos osso exótico, colectivo do qual é fundador. Este ano marcou o início de várias actuações e trabalhos editados na Europa e nos EUA. Os seus trabalhos mais recentes, utilizando instrumentos clássicos ou tradicionais por vezes modicados, focam-se em pequenas variações harmónicas e sobretons, no completo oposto do científico e numa aproximação mais ritualística. Simultaneamente, desenvolve projectos de arquitectura, tais como escolas, museus, hospitais e cemitérios.

Manuel Mota nasceu em Lisboa e é desde 1989 um guitarrista activo no panorama nacional. Entre 89 e 97 dedicou-se aos estudos e experiências com guitarra preparada, predominantemente acústica. Desde então os seus interesses têm evoluido para o desenvolvimento de uma linguagem pessoal para guitarra eléctrica e começou a trabalhar regularmente com a baixista Margarida Garcia. Muita guitarra acústica se pode ouvir nos últimos anos pela sua casa e tem sido também possível encontrá-lo a tocar com os colectivos Osso Exótico, Curia, Dru e em colaborações com David Maranha e Afonso Simões. Entre 1997 e 2005 trabalhou ainda com Sei Miguel. 1998 foi o ano em que fundou a sua própria editora Headlights. Desenha e faz fotografia.

Elementos:
guitarra Margarida Garcia
bateria Chris Corsano
órgão David Maranha
guitarra Manuel Mota


TEATRO MARIA MATOS | 8 JUNHO | 22H00
SALA PRINCIPAL
12 EUROS | COM DESCONTO 6 EUROS | M/3







[+]info: www.teatromariamatos.pt

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