A semana estava no seu fim e já começava a ser a semana mais negra desde o inicio da Primavera, portanto nada como fechar a semana com um concerto diferente do habitual.
Com um Cine Teatro pouco preenchido e um bocado desfaseado a noite teve inicio com os Corpus Christii. Uma banda já com historial no mercado nacional, apesar da recente quebra na rotina da banda percebe-se que os senhores não esqueceram o que sabem fazer bem.
Foi uma actuação intensa e recheada com pozinhos de improviso, como vistos na The Wanderer. Pena foram os problemas técnicos que assombraram aos poucos a actuação, e obrigaram a curtas paragens, o que tirou alguma da energia que criaram durante o tempo em palco. Com um novo álbum prestes a sair e bom saber que podemos esperar por mais boa musica a caminho.
O palco já estava montado para receber a banda mítica do black metal. Com altares de lado e espigos com duas cabeças de porco implementados bem enfrente ao público, Attila Csihar irrompeu das cortinas armado com um turíbulo na sua mão, a sua cara vermelha em conjunção com a vestimenta papal dava ideias da performance que seria esperada.
Existem muitos adjectivos para denominar a atmosfera que se viveu durante a curta hora em que a magia contagiante de mais de vinte anos de carreira, jorraram da sonoridade profunda e avassaladora da banda. Quase que o cineteatro estava a passar uma peça em palco, a prestação vocal de Attila não defraudou ninguém e a sua mestria em executar cantos no escuro e de um momento para o outro soltar um grave profundo foram apenas uma parte da peça. A sua dedicação em encarnar o seu personagem foi simplesmente sublime, um papa invertido como a cruz que carregou ao peito durante a noite toda.
A sonoridade que acompanhou toda a peça não ficou atrás, houveram momentos em que o som parecia estar mais baixo, ou um pouco fora de tempo, em parte devido aos triggers usados pelo baterista Hellhammer, foram um mal menor para a panóplia de ambiente musical que foi criado.
O público pareceu engolir toda a peça com um ar de satisfação, por vezes ate demais, sendo que por diversas vezes apenas ficaram a deslumbrar e a ingerir toda a peça que se desenrolava em palco. Mas houveram momentos em que a reacção era maior, as musicas mais antigas de outras épocas foram as que mais puxaram pelo público, clássicos como DeathCrush, Carnage e claro a sublime Pure Fucking Armageddon.
Foi uma noite de pura magia negra. Os seus pontos altos em muito superaram os baixos, e foi com grande satisfação que todos os que presenciaram este curto, mas impagável concerto, saíram do teatro com uma nova ideia do que esperar para o próximo álbum da mítica banda da Noruega.
Alinhamento:
Pagan Fears
Ancient Skin
My Death
Cursed in Eternity
A Time to Die
View from Nihil
Illuminate Eliminate
Anti
Freezing Moon
Crystallized Pain
Silvester Anfang
DeathCrush
Buried By Time and Dust
C arnage
De Mysteriis Dom Sathanas
Pure Fucking Armageddon
Fotos: Paulo Tavares
Texto: Rui da Costa
Agradecimentos: Prime Artists
Banda: Mayhem
Local: Cine-Teatro Corroios
Data: 22 de Abril de 2011
Myspace Oficial da banda: www.myspace.com/officialmayhem
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