Quem passasse pelo número 199 da Rua da Madalena no Domingo passado, iria perceber que ali alguma coisa iria acontecer. Entre gente jovem que chegava e instrumentos que circulavam de um lado para o outro, a Casa de Lafões tornou-se no espaço anfitrião de uma tarde dedicada às bandas portuguesas.
Um carimbo na mão dava as boas vindas àquela sala, não muito grande, mas suficientemente acolhedora para o número de pessoas que se deslocaram a Lisboa mesmo num dia chovoso, para assistir ao concerto de Hills Have Eyes (HHE). De um lado, o palco e do outro, uma enorme bancada com merchandising, para onde maior parte se deslocava assim que entrava no recinto.
Para além dos elementos de HHE e das bandas convidadas, podíamos ver a deambular pela sala elementos de outras bandas portuguesas mais conhecidas, mostrando que aqui, não é a concorrência nem o jogo do mais forte que interessa, mas o fair-play e a amizade que se constrói dentro deste género musical.
Com uma hora de atraso, que parece não ter atrapalhado a vida de ninguém, subiram ao palco às 17h os Blame de Skies. Mais virado para o Metal, o concerto de meia dúzia de músicas, deu rapidamente lugar aos Sons of Misfortun (SOM). Com um som mais rockeiro ao estilo de Motörhead, esta banda que veio do “Algarve para beber o vosso whisky, fumar a vossa droga e ver as vossas mulheres a olharem para nós”, mostrou-se bastante comunicativa com o público. Conseguindo uma maior audiência, os SOM tiveram direito a uma actuação mais alargada.
Por último, antes de HHE subir ao palco, estiveram os Enday, vindos de Cascais. Um estilo mais Punk Rock, provavelmente não tanto ao gosto dos presentes, pois a sala começou a ficar mais vazia. Um entra e sai fez-se sentir, mas isso não causou qualquer impacto negativo à banda, que fez uma boa actuação, sempre a incentivar o público à participação. Acabaram com o tema Bitter Sweet Twist, despedindo-se com um apelo: “Apareçam no Hard Rock no dia 21 e apoiem os Enday”.
Depois da troca de instrumentos e alguns ajustes, subiram então os Hills Have Eyes ao palco. A banda que é constituída por Eddie (vocal), Nuno Silva (bateria), David Fernandes (baixo), Miguel Borrego (guitarra) e Luís Silva (guitarra) não nos surpreendeu. Já sabíamos que iam dar um bom concerto e assim foi. Começaram Hey Hater!, do álbum Black Book, seguindo-se de outros dois temas do mesmo projecto, We Are Way Over You e The Believer.
Pelo meio houve conversa com o público e tempo para dedicar músicas a ‘este e àquele’.
Se no início da tarde não víamos mais de meia dúzia de pessoas junto do palco, no final do dia, com a subida de HHE, a coisa modificou-se e de que maneira.
As pessoas amontoaram-se, e bem ao estilo do Hardcore os fãs começaram aos encontrões uns aos outros sempre sob o olhar atento da banda que incentivava o público a fazerem o habitual mosh.
A cada música que passava o público manifestava-se, ora no mosh, ora com um abanar de cabeça ou apenas com uma batida de pé. Nem o senhor da Casa de Lafões que por lá andava a controlar a situação ficou indiferente, tendo curtido uma “dançazinha” ao som de HHE. Pelo meio, em tom de brincadeira ainda se ouviu um “Acaba lá com isso porque está a dar o Benfica”.
Foi cerca de meia hora que pareceram dez minutos, sem direito a encore.
Os Hills Have Eyes irão passar pela Europa, por países como a França, a Bélgica, a Holanda, acabando dia 7 de Março em Espanha, regressando dia 11 de Março para um concerto em Setúbal.
Alinhamento:
Hey Hater!
We Are Way Over You
The Believer
Ending The Cliche
Daydreaming Isn't So Good After All
Those Birds Won't Bother Us Anymore
Intro
Unneurotic
On The Roof Of The World
21.12.2012
Hills Have Eyes | Casa de Lafões | 13 Fevereiro 2011
0 comentários:
Enviar um comentário