Daniel Levin formou o quarteto em 2002 e este ano acaba de editar o seu mais recente álbum de originais Organic Modernism, motivo mais que suficiente para uma visita a Portugal.
Eram 22h quando o concerto na Casa da Música começou e a sala 2 estava bastante composta: a noite amena assim o permitiu. Para além do violoncelista norte-americano o quarteto conta ainda com a participação de Nate Wooley (trompete), Matt Moran (vibrafone) e Peter Bitenc (contrabaixo). Neste grupo não encontramos uma secção rítmica formal - o quarteto actua em formato câmara pois não existe bateria - e o espectáculo vive muito do improviso e da experimentação, contribuindo para um novo universo de timbres, expressões e gestos musicais. Notava-se, de facto, um diálogo livre entre os músicos para o qual algumas pessoas não estavam obviamente preparadas visto que abandonaram a sala na primeira meia hora do espectáculo. A hipótese de que o Jazz é uma linguagem, e como tal deve ser aprendida e cultivada, foi absolutamente corroborada neste espectáculo, uma vez que nem todos os presentes foram capazes de assimilar cada nota retirada do âmago estético e criativo dos músicos em palco. Ainda assim, num ambiente intimista e silencioso, o quarteto de Daniel Levin actuou durante uma hora e meia criando vários jogos de tensão entre os instrumentos e explorando um repertório que se estende pelo jazz tradicional e a música erudita. No entanto, a imaginação em cima do palco e a técnica apurada não foram suficientes para manter uma plateia empenhada e, mesmo antes do primeiro encore, as cadeiras foram ficado cada vez mais vazias. Era quinta-feira, também o sabemos, e Daniel Levin agradeceu a presença de todos com um simples: "boa noite e muito obrigado".
O quarteto desce hoje até ao Portalegre JazzFest e no domingo e segunda-feira apresenta-se na Culturgest, em Lisboa.
Daniel Levin Quartet | Casa da Música | 24 Fevereiro 2011
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