Anaquim | Cinema São Jorge | 10 Fevereiro 2011



A noite foi de pura alegria e divertimento. Referimo-nos, portanto, ao espectáculo de Anaquim, da passada quinta-feira, dia 10, no Cinema São Jorge. A sala estava completa e o público vinha mais que preparado, antecipando a animação daquela noite.

A reedição do disco de estreia As Vidas dos Outros é o pretexto para o regresso da banda a Lisboa. O novo álbum inclui três canções extra: uma versão de A Morte Saiu à Rua de Zeca Afonso, outra do genérico de Tom Sawyer e, ainda, Sumário, um “medley instrumental pelos grandes temas do disco”, segundo José Rebola, líder do projecto.
O concerto começou pouco depois das 21h30, com Horas Vagas, mas foi com Lusíadas que a plateia revelou que vinha com espírito de festa, acompanhando Rebola nos “Hey!” da canção e soltando uivos e gritos de alegria. Mas os Anaquim não ficaram atrás do público no que toca a entusiasmo, desde os pequenos e excêntricos passos de dança de Pedro Ferreira, às brincadeiras de Luís Duarte e às tiradas humorísticas de Rebola. O clima festivo estava tão equilibrado ao ponto de ser impossível identificar quem influenciou quem.

Os Anaquim tinham prometido e cumpriram: ao terceiro tema, Saltimbanco, entra em palco o primeiro convidado da noite, Ricardo Silva, que com a sua guitarra portuguesa acompanhou a banda naquilo a que Rebola modestamente chamou “uma homenagem ao fado em forma de heresia”. Na canção seguinte, Chama-me Vida, é a vez de Marisa Figueiredo, que veio surpreender e enriquecer o espectáculo com a sua dança.
Depois de Na Minha Rua, dedicado à perseguição dos sonhos, mas também a todos as pessoas que acompanham os Anaquim, seguiu-se O Meu Coração, com a última convidada: a já inconfundível Ana Bacalhau, vocalista da banda Deolinda. No entanto, a cantora entrou em palco apenas para pisar o pedal Pascoal, que deve o seu nome ao facto de, em concertos, substituir a voz de Ana Bacalhau no dueto com Rebola. Mas já que a cantora estava na sala, fez o jeito à banda e ao público e não foi preciso pedal, o dueto foi real e deu-se um dos momentos mais altos do espectáculo.

Todos os temas do disco foram interpretados nessa noite, havendo ainda tempo para um inédito, Encurvado, com “uma letra leve, sobre um veterano de guerra sem-abrigo”, nas palavras irónicas de Rebola. Na última canção antes do primeiro encore, Balalaikas, a plateia é autorizada a fazer de conta que as 800 cadeiras do cinema não existem. Uma vez autorizados, os presentes saltam dos lugares e a festa atinge o clímax, com dança e correria ao longo das apertadas filas de cadeiras. A confusão é tal que, no final da canção, muitos são aqueles que não voltam aos lugares originais.
Instalada a confusão não há volta atrás e é assim, com pessoas em pé, lugares perdidos, calor e gritos que os Anaquim se despedem em dois encores que incluem uma das canções mais esperadas da noite, Tom Sawyer. O espectáculo termina assim, praticamente como começou: em ambiente de festa rija.

Os Anaquim são: José Rebola (voz, guitarra nylon, guitarra aço, guitarra eléctrica, guitarra portuguesa, baixo, jogo de sinos), João Santiago (bateria e percussão), Pedro Ferreira (melódica, guitarra acústica, jogo de sinos, guitarra eléctrica, piano, coros), Filipe Ferreira (baixo, coros) e Luís Duarte (guitarra acústica, banjo, jogo de sinos, kazoo).


Alinhamento:
Horas Vagas
Lídia
Lusíadas
Saltimbanco
Chama-me Vida
Metamorfose
Na Minha Rua
O Meu Coração
Encurvado
Bocados de Mim
A Morte Saiu à Rua
Monstros
As Vidas dos Outros
Pobre Velho Louco
Balalaikas
~EncoreI~
Vampiros
Tom Sawyer
~EncoreII~
Sumário
As Vidas dos Outros


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Fotos: Rodrigo Vargas
Texto: Filipa Leite Rosa
Agradecimentos: Sons em Trânsito
Banda: Anaquim
Local: Cinema São Jorge, Lisboa
Data: 10 de Fevereiro de 2011
Site Oficial da banda: www.myspace.com/anaquim.info

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