Joaquín Cortés | Pavilhão Atlântico | 7 Dezembro 2010



O regresso de Joaquín Cortés a Lisboa, depois de 3 anos de ausência, fez-se no passado dia 7 de Dezembro no Pavilhão Atlântico, para apresentar o espectáculo “Calé”.

“Calé”, nome de origem romani, que em português significa “cigano”, é o nome do seu mais recente espectáculo dirigido e coreografado pelo próprio Joaquín Cortés, dedicado principalmente à sua mãe Basilia Reyes Flores que faleceu faz dois anos.

Com um Pavilhão Atlântico não lotado, mas suficientemente acolhedor, eram 22h15 quando o pano levantou, e os 16 músicos que acompanham o artista nesta digressão surgiram no palco por detrás de uma nuvem de fumo azul. Vozes fortes, característica deste povo, os músicos animaram os presentes durante cinco minutos, dando depois evidência àquele que era o mais esperado da noite, Joaquín Cortés.
Envolto num jogo de luzes vermelhas, e acompanhado pelos violinos e os “bravo” que surgiam do público, fez ecoar o som da batida dos seus tacões, sempre com movimentos elegantes, movimentos de mãos que nos fazem lembrar sevilhanas, e muita sensualidade à mistura.

Ao fim da primeira actuação, e já sem casaco, voltou ao palco para uma segunda actuação que acabou com um gesto carinhoso para com o público, enviado um beijo a todos como sinal de agradecimento, que arrancou suspiros de muitas fãs femininas que se deslocaram até ao Parque das Nações para ver Cortés.
O pano cai, e mais uma vez o bailarino sai do palco, dando lugar às suas 8 bailarinas que sugiram por detrás do fumo azul, sentadas no chão, semi-nuas, envolvidas apenas num pano enorme que serviu para dar um efeito de movimento, quase como se fossem 8 sereias num mar azul. Ao fim de 6 minutos, tapam-se e rastejando vão saindo do palco, deixando apenas uma bailarina que continua a arrastar-se ao som de um violino triste, desta feita com uma luz vermelha a incidir sobre ela.
Surge então, sentado numa cadeira, e atado com cordas, o bailarino, que ao fim de uns minutos de uma canção triste e nostálgica, desata as cordas e vira-se para o ecrã que tinha a imagem da sua mãe a despedaçar-se. Um momento de bastante emoção que originou bastantes saudações por parte do público, que também se comoveu ao ver esta actuação.

Ao fim de uma hora e meia de espectáculo, Cortés desce do palco e vai para junto do público, que o agarrou e correu pelos corredores da sala para poder ver o bailarino de perto. Ao subir ao palco, levou consigo uma criança que dançou ao som dos seus músicos, com um grande avontade, merecendo uma enorme felicitação por parte da plateia.

Pela primeira vez dirige-se ao público, tentando comunicar num “portuganhol” como ele próprio intitulou a sua mistura de espanhol/português. Agradeceu a todos o carinho, pois sente-se muito bem em Portugal onde encontra muitos fãs que o “querem” e o apoiam. Falou do seu orgulho pela sua cultura, por ser cigano e por levar a todo o mundo a cultura cigana, tendo-se considerado um “cigano universal”.

Durante toda a noite da plateia surgiram palavras como “Guapísimo”, “Baila Cariño”, “Tira la camiseta”, “es lo mejor cariño”, que deixavam sempre um sorriso na boca do bailarino que durante duas horas nos contagiou com a sua energia, simpatia e elegância, tendo sido aplaudido de pé por todos quanto estavam no Pavilhão Atlântico.






















































Fotos: José Reboca
Texto: Cátia Santos
Agradecimentos: PEV Entertainment
Artista: Joaquín Cortés
Local: Pavilhão Atlântico, Lisboa
Data: 7 Dezembro 2010
Site Oficial: www.joaquincortes.org/

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