Formados acerca de 3 anos, os Into The Abyss já revelam uma forte consciência sobre o panorama musical português e têm os seus objectivos bem definidos, com olhos numa carreira próspera e com sucesso além fronteiras.
A Tribo esteve à conversa com eles, antes do seu concerto no ARTMusic, em Lisboa, no dia 23 de Outubro.
Into The Abyss:
David Tavares – Bateria
Vinicius Mallet – Guitarra
Nelson Rebelo – Guitarra
André Ferreira – Baixo
Phil Damasceno – Vocal
Tribo da Luz - Quando e como nasceram os Into The Abyss?
Into The Abyss - Into The Abyss nasceu em Outubro de 2007, depois de alguns ensaios em Alfragide, os seus membros foram-se conhecendo e começaram a integrar o grupo até estar completo.
TL -Como identificam a vossa música?
Into The Abyss - Sempre tentámos compor sons que não fossem óbvios, puxando os nossos limites físicos e psicológicos ao máximo. Emprestando a maior criatividade, inteligência e originalidade possível a um estilo musical onde é comum e fácil cair-se no cliché. As próprias estruturas não são fáceis de digerir, mas ao mesmo tempo sentimos que as ideias nos saem naturalmente em grupo, não é algo forçado.
Procuramos desafios e algo que tanto melodicamente como ritmicamente nos faça pensar. As peças dos puzzles começam a encaixar-se no espaço de ensaio. Há uma boa dose de complexidade inerente, que nos soa o melhor e mais único que conseguimos.
TL - E quais as vossas principais influências? São muito distintas?
ITA - As influências são algo muito forte no nosso grupo e são bastante distintas. É de realçar que nós os 5, somos diferentes em vários aspectos e, ouvimos diferentes grupos e géneros levando a que Into The Abyss tenha uma fusão de vários géneros. Passando por genéros como Death Metal, Technical Death Metal, Progressive, Experimental, Deathcore, tentamos misturar de uma forma coerente esses diversos estilos e ao mesmo tempo adicionar o nosso toque natural (sendo isso o que nos dá uma identidade única e inovadora).
O que vai rodando nos leitores de mp3 vai variando, mas grupos como After The Burial, Animals As Leaders, Born Of Osiris, Bulb, Chimp Spanner, Circle Of Contempt, Cloudkicker, The Contortionist, Danza, The Faceless, Ion Dissonance, Meshuggah, Periphery, Tesseract, Veil Of Maya, Vildhjarta
TL - Falem-nos um pouco do vosso percurso.
ITA - Nós não tivemos dos percursos mais fáceis, este projecto já possui 3 anos e sempre tivemos instabilidade quando se tratava de vocalistas, alguns não apresentavam os requisitos que pretendíamos, outros possuíam dificuldades monetárias e outros com aspectos de carga horária e deslocação complicados.
Sem vocalista era muito dificil arrancar com o projecto para os palcos, visto que as vozes possuem um grande peso no nosso som, e atribuindo-lhe uma forte identidade; deste modo decidimos iniciar a gravação do nosso primeiro álbum (The Fall Of Cydonia) na expectativa de possuirmos um material profissional e atrair vocalistas com uma experiência superior, porém sem expectativa encontramos o Phil, e até agora tem tudo corrido como queremos, incluindo a gravação do álbum.
Deste modo começámos a estar aptos a dar concertos e trabalhar no álbum sendo este o nosso principal objectivo de momento.
TL - Acham que a vossa música chegará facilmente ao ouvido dos portugueses?
ITA - Isso é uma questão complicada e que discutimos várias vezes entre nós.
Temos consciência que o metal em Portugal não é algo muito popular nem possui um público muito vasto, se formos olhar a pormenor, muitos grupos e sonaridades chegam cá atrasadas em relação a grandes países de indústria musical (como EUA, Reino Unido) e achamos que nosso som por estar a par da actualidade do metal lá fora será um grande desafio aos ouvidos de todos os portugueses, porem a situação a nível nacional tem melhorado bastante e temos notado o esforço que muitas produtoras têm feito para trazer grandes nomes estrangeiros em Portugal.
Outra particularidade no nosso som é haver partes com vozes melódicas com o objectivo também de atingir um público que não esteja somente dentro do metal.
TL - No futuro o que podemos aguardar de Into The Abyss?
ITA - Neste momento nosso principal objectivo é lançar o primeiro album e atingir o maior número de pessoas, em território nacional e internacional. Ao mesmo tempo não pararmos de compor novos temas e tentar evoluir ao máximo tanto a nível individual como a nível de grupo englobando todos os aspectos técnicos (álbuns, performances ao vivo, entre outros).
Não receamos arriscar. Estamos certos que para chegar longe é preciso ser-se ambicioso, e por isso vamos sempre pensar dessa forma, sempre querer mais e melhor, levar-nos a nós mesmos ao limite. Portanto vamos sempre lutar por ser o próximo nome mais falado em Portugal no mundo do metal. E quem sabe lá fora também!
TL - Como é que vêm o panorama musical em Portugal?
ITA - Em Portugal, os vários géneros (mais modernos) que se ramificam no mundo do metal, chegam bastante atrasados, em relação a outros países. Sabemos que Portugal tem grandes bandas que possivelmente deviam ser mais reconhecidas do que realmente são. Mas é algo que depende de vários aspectos, que não estão a cargo apenas da banda. Uma banda pode se esforçar ao máximo para chegar ao seu auge, mas sem uma boa divulgação, e até colaboração dos seus ouvintes, não saem da garagem. Achamos que Portugal devia de ter uma divulgação de uma maior variedade de géneros musicais (como Deathcore, Progressive Death Metal), e não haver apenas metalismos. Sendo realistas, sabemos que há ouvidos para tudo, e sabemos que não somos os únicos a gostar de outros géneros musicais senão o típico metalismo. E não havendo divulgação desses géneros, nem Portugal irá compreender a música que criamos, nem poderemos ver ao vivo no nosso país nenhuma banda pertencente a um desses géneros.
TL - Revelem à Tribo Da Luz, qual é o maior sonho da vossa banda.
ITA - O nosso maior sonho neste momento é sermos altamente divulgados e reconhecidos tanto a nível nacional como internacional, tocamos sobretudo por diversão e paixão á música e conseguirmos viver através de ITA seria uma satisfação enorme para cada um de nós.
TL - Certamente querem deixar uma mensagem aos vossos fãs, e aos leitores da Tribo Da Luz, podem fazê-lo agora.
ITA - Antes demais queremos agradecer a Tribo da Luz por esta oportunidade e todas as pessoas que compareceram aos concertos dados até hoje e as pessoas que nos apoiam. Apoiem o metal (geral) em Portugal e compareçam nos concertos. É importante e não somos um país inferior em relação aos outros, temos muitos grupos que provam que também podemos fazer música com qualidade sobretudo metal e atingir grandes audiências.
Keep it Brutal!
Concerto de Into the Abyss no ARTMusic no dia 23 de Novembro de 2010.
1 comentários:
Sou fã ! :)
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